Adhemar Ferreira da Silva e Pedro Américo são 'heróis da pátria', aprova CE

Da Agência Senado | 04/04/2023, 15h02

Dois nomes do esporte e da cultura do Brasil podem ser reconhecidos como "heróis da pátria": o atleta Adhemar Ferreira da Silva (1927-2001) e o pintor Pedro Américo (1843-1905). A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) aprovou nesta terça-feira (4) o parecer do senador Paulo Paim (PT-RS) ao projeto de lei (PL) 3.322/2021, que inclui o nome de Adhemar Ferreira da Silva no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Como a homenagem a Adhemar já foi aprovada na Câmara e segue agora para sanção do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

O projeto que reconhece Pedro Américo também teve relatório favorável de Paim. A proposta (PL 3.863/2020) do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) foi aprovada pela comissão e segue para a analise da Câmara dos Deputados. 

O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria fica no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília

A trajetória de Adhemar

Adhemar Ferreira nasceu em São Paulo em 1927 e faleceu na mesma cidade, em 2001. Paim destacou que Adhemar é até hoje reconhecido como um dos mais importantes atletas brasileiros, tendo batido cinco vezes o recorde mundial no salto triplo, conquistando a medalha de ouro nas Olimpíadas de Helsinque (1952) e Melbourne (1956). Adhemar foi também por três vezes medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos (1951, 1955 e 1959).

— Quase um autodidata, revolucionou a técnica do salto triplo, passando a conceder inédita importância ao segundo salto, considerado antes de seu exemplo como um simples impulso para o terceiro — disse Paim.

O senador acrescentou que os interesses de Adhemar Ferreira não se restringiam ao esporte. Ele foi escultor, com diploma da Escola Técnica Federal de São Paulo, formando-se também em Direito, Relações Públicas e Educação Física. Adhemar foi ainda ator na peça Orfeu da Conceição, de Vinícius de Moraes, e no premiado filme franco-italiano dela derivado, Orfeu Negro, de Marcel Camus, em 1959. Poliglota, tornou-se adido cultural na embaixada brasileira na Nigéria, entre 1964 e 1967.

Paim finalizou lembrando que Adhemar também recebeu, em 1993, o título de Herói de Helsinque, devido a seu desempenho nas Olimpíadas de 1952.

Pedro Américo

Outra figura que pode entrar para o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria é o artista plástico Pedro Américo de Figueiredo e Melo (PL 3.863/2020). Ao falar da trajetória de Pedro Américo, o relator Paulo Paim lembrou que ele nasceu em uma família modesta no agreste paraibano, em 1843. Demonstrou desde cedo um enorme talento artístico e acabou sendo admitido na Academia Imperial de Belas Artes em 1854, com apenas 11 anos de idade.

— Em 1859, graças a uma pensão do imperador Dom Pedro II, segue para Paris, onde matricula-se na Escola Nacional Superior de Belas Artes. Na França, Pedro Américo se torna bacharel em Ciências Naturais pela Sorbonne e defende a tese de doutorado A ciência e os sistemas: questões de história e de filosofia natural, onde aborda a evolução histórica das artes, da filosofia e da ciência, buscando alcançar uma universalidade renascentista do saber — explicou Paim.

De volta ao Brasil em 1864, Pedro Américo assumiu a cátedra de desenho na Academia Imperial de Belas Artes, nela realizando alguns quadros que se tornaram ícones da nacionalidade. Entre eles estão A Batalha do Avaí, de 1877, sobre episódio da Guerra do Paraguai e Independência ou Morte!, mais conhecido como O grito do Ipiranga, quando eterniza o momento idealizado do nascimento do Brasil independente.

— Após a queda da monarquia, Pedro Américo elege-se deputado por Pernambuco. Sua atuação política foi marcada pela defesa da educação pública, da criação de museus e universidades. Ele merece estar no Livro dos Heróis da Pátria, pois com suas obras de pintura histórica, demonstrou a importância das artes para a formação da nacionalidade — concluiu o senador gaúcho.

Outras homenagens

Ainda nesta terça-feira, a CE aprovou outras propostas de reconhecimento e homenagens. Foi aprovado o PL 538/2022, que denomina Rodovia Fábio André Koff a BR-448, no Rio Grande do Sul. Fábio Koff foi durante décadas dirigente do clube de futebol Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense e do Clube dos 13. O texto teve relatório favorável de Paulo Paim, com duas emendas, e volta para a Câmara.

Também foi aprovado o PL 2.263/2022, que reconhece o município de Antonina (PR) como a Capital Nacional da Bala de Banana. A proposta, do senador Flávio Arns (PSB-PR), teve relatório favorável de Paulo Paim e segue para a Câmara dos Deputados.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)