Omar Aziz pede que Senado apure denúncias de tráfico de influência no ministério da Educação

Da Rádio Senado | 22/03/2022, 20h47

O senador Omar Aziz (PSD-AM) defendeu, em pronunciamento nesta terça-feira (22), que o Senado apure as denúncias publicadas nos jornais O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo de que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, a mando do presidente Jair Bolsonaro, destina dinheiro público para prefeituras indicadas por dois pastores sem qualquer cargo no governo.

Ele também cobrou esclarecimentos sobre o caso do presidente do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Lopes. 

Para Omar Aziz, o governo tem um discurso de honestidade que é hipócrita, uma vez que 'os porões de dentro do governo estão podres'.

— A educação, para todos nós brasileiros, é um setor que a gente não aceita de forma alguma que se direcionem recursos para se tirar proveito. Você vê professores ganhando mal, você o governo não dando reajuste aos professores, você vê o governo não tendo uma política educacional, mas vê a facilidade com que alguns estão tendo esse tipo de benesse dentro do governo federal. Não é a primeira vez, volto a repetir. Amigos do rei, amigos da rainha já entraram pela porta do ministério da Saúde, falando em nome deles, para vender 400 milhões de vacinas, enquanto brasileiros morriam por falta de vacinas — afirmou.

Em aparte, o presidente da Comissão de Educação, senador Marcelo Castro (MDB-PI) adiantou que vai pautar, na próxima quinta-feira (24), requerimentos de convocação do ministro da Educação, Milton Ribeiro, e de convite do presidente do FNDE, Marcelo Lopes, para prestarem esclarecimentos sobre as denúncias.

Para ele, esse é um assunto grave, porque se refere a um setor sensível, do qual se exige mais responsabilidade na gestão dos recursos públicos.

— E as conversas que a gente ouve, senador Omar, é que são coisas muito mais graves, muito mais cabeludas que têm de vir por aí. Os mais entendidos dizem que levantaram só o canto do tapete e que tem muita coisa por debaixo, num sistema que vem já de algum tempo e que agora foi tornado público pelos jornais O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo e está deixando a sociedade toda atônita e estarrecida com a gravidade das denúncias — informou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)