Joaquim Ledo, figura da Independência, pode entrar para o Livro dos Heróis da Pátria
Da Agência Senado | 02/09/2021, 18h17
A Comissão de Educação (CE) aprovou, nesta quinta-feira (2), o projeto de lei que inclui no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria o nome de Joaquim Gonçalves Ledo (1781-1847), jornalista e político fluminense que teve atuação destacada no processo de independência do Brasil (PL 4913/2019). O projeto segue para a Câmara dos Deputados.
O texto é de autoria do senador Izalci Lucas (PSDB-DF), com relatório do senador Eduardo Braga (MDB-AM). Ambos exaltaram a figura de Ledo e destacaram que seu nome não tem tanto destaque na história nacional porque ele foi um adversário do regime monárquico nos primeiros anos do Império.
“É incontestável a grandeza da atuação de Joaquim Gonçalves Ledo pela emancipação política do País, assim como seu admirável empenho para criar uma nação democrática, enfrentando com clarividência e destemor a incompreensão dos contemporâneos e a perseguição dos poderes constituídos”, escreveu Braga no parecer.
Izalci apontou que Ledo foi um dos fundadores do país, tendo pressionado pela realização da primeira Assembleia Constituinte, mas suas ideias, influenciadas pelo iluminismo europeu, não eram bem recebidas pela primeira geração da elite nacional.
“Firme em suas convicções, recusou o cargo de ministro de D. Pedro I e o título de Marquês que lhe fora oferecido. Em contrapartida, cumpriu diversos mandatos como deputado da Província do Rio de Janeiro, uma vez que tal honra lhe havia sido concedida pelo povo”, observou.
Joaquim Gonçalves Ledo nasceu no Rio de Janeiro (RJ), estudou em Portugal e foi fundador do Revérbero Constitucional Fluminense, um jornal que defendia a emancipação política do Brasil. Foi um dos articuladores da permanência de D. Pedro I no país, após sua convocação pelas cortes portuguesas, defendeu a proclamação da Independência e a convocação da Assembleia Constituinte. Adversário político de José Bonifácio e defensor de ideias liberais radicais, chegou a se exilar na Argentina nos primeiros anos após a independência, mas retornou ao Brasil para cumprir dois mandatos na Assembleia Provincial do Rio de Janeiro.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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