Preso na Operação Falso Negativo, ex-secretário de Saúde do DF depõe na sexta-feira

Da Agência Senado | 26/08/2021, 10h36 - ATUALIZADO EM 01/09/2021, 13h30

Ex-secretário de Saúde do Distrito Federal, preso em agosto de 2020 durante a Operação Falso Negativo, Francisco Araújo Filho será ouvido na próxima sexta-feira (3), a partir das 9h30, pela CPI da Pandemia. Deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), a investigação abarcou ilicitudes na aquisição de testes rápidos para detecção da covid-19 para a rede pública de saúde local.

Além de Filho, outros gestores da Secretaria de Saúde do DF foram presos. O ex-secretário responde por organização criminosa, inobservância nas formalidades da dispensa de licitação, fraude à licitação, fraude na entrega de uma mercadoria por outra (marca diversa) e peculato (desviar dinheiro público).

— A convocação se destina, exclusivamente, a verificar a adequada aplicação dos recursos federais repassados ao GDF em razão da pandemia de covid -19 — explica o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), autor do requerimento de convocação, que atendeu solicitação do senador Izalci Lucas (PSDB-DF).

Os valores que ingressaram no erário do Distrito Federal foram provenientes da União, por meio de repasses oriundos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) para o Fundo de Saúde do Distrito Federal.

— Nesse sentido, os procedimentos licitatórios referidos na denúncia de dispensas de licitação, no âmbito da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, que visaram à aquisição de testes rápidos destinados ao enfrentamento da covid-19, em situação emergencial de pandemia, possuem fonte orçamentária de origem de verba repassada por parte do FNS e, portanto, apontam que são verbas de natureza federal — justifica Girão.

O ex-secretário obteve no Supremo Tribunal Federal (STF), por decisão da ministra Cármen Lúcia, o direito de ficar em silêncio e não produzir provas contra si no depoimento à CPI. A data para ouvir Araújo Filho já foi remarcada três vezes pela CPI.

Precisa

Izalci Lucas questionou o sócio da Precisa Medicamentos Francisco Maximiano, que depôs à CPI no dia 19 de agosto, sobre a quantidade de vezes que esteve com Francisco Filho. Maximiano disse que o encontrou poucas vezes para tratar dos testes rápidos de covid-19 para o DF.

A Precisa Medicamentos — intermediária da vacina Covaxin junto ao Ministério da Saúde — é uma das empresas investigadas na comercialização de pelo menos 20 mil testes rápidos ao Distrito Federal. Também em depoimento à comissão, na terça-feira (17), o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Marques explicou que o órgão identificou irregularidades, como direcionamento de licitação e sobrepreço, no contrato da Precisa com o governo do DF.

Francisco Filho chegou a ter o depoimento agendado para terça-feira (17), mas o depoimento precisou ser cancelado porque o ex-secretário estava fora de Brasília em viagem autorizada por decisão judicial.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)