Eduardo Girão critica parcialidade da CPI da Pandemia

Da Rádio Senado | 22/06/2021, 21h04

Em pronunciamento nesta terça-feira (22), o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) lamentou que o relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL), e outros seis senadores tenham se retirado da sala onde os médicos Ricardo Zimmermann e Francisco Alves defenderam o "tratamento precoce" contra a covid-19, apresentando, inclusive, "resultados clínicos". 

Segundo Girão, a "fuga" dos sete senadores ocorreu durante audiência na CPI da Pandemia, na sexta-feira (18). Esse comportamento, na opinião dele, revela a ausência de espírito democrático e faz com que a população questione ainda mais a parcialidade da CPI. 

— Muitos outros senadores, que não tinham participado da CPI até então, entraram, mesmo que de seus estados, remotamente, para fazer perguntas aos especialistas. Porque esse é o dever nosso: buscar a verdade, questionar, se é que a gente quer fazer um trabalho sério nessa CPI. Eu digo, pelo menos, o conjunto do trabalho, porque o comando, infelizmente, está cada vez mais desmoralizado. É isso o que a gente percebe no dia a dia.

O senador também lamentou que a CPI tenha rejeitado, na quarta-feira (16), o requerimento dele para ouvir o secretário-executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Gabas, sobre a compra de mais de 300 respiradores da empresa Hempcare.

Segundo Girão, os equipamentos não foram entregues, apesar de Carlos Gabas ter assinado duas ordens de pagamento totalizando pouco mais de R$ 48 milhões.

— As transferências, feitas da Paraíba e de Sergipe, [de] verbas federais, fundo a fundo, segundo relatório da CGU, para o Consórcio Nordeste, desmontam a narrativa de que não é verba federal. E aqui, a nota fiscal de R$ 48 milhões dessa empresa. Essa blindagem explícita da corrupção não combina mais com o Brasil, que não tolera impunidade.

No último fim de semana, o senador foi até São Paulo para conhecer a sede da Hempcare, que, segundo ele, é especializada na comercialização de produtos a base de maconha.

Na opinião do senador, há fortes indícios de que seja uma empresa de fachada, porque, em 2019 e 2020, emitiu apenas duas notas fiscais, sendo que uma delas corresponde ao valor de aquisição dos respiradores pelo Consórcio Nordeste.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)