Girão critica visão de "ideologia partidária" de gestores da Fiocruz

Da Rádio Senado | 14/07/2020, 16h09

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) criticou o que classificou como "visão de ideologia partidária" de gestores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Em pronunciamento nesta terça-feira (14), ele afirmou que, apesar de a instituição ter se tornado uma referência na área de pesquisa, nos últimos anos vem levantando bandeiras sem base na ciência. Ele citou como exemplo recente mobilização de integrantes da Fiocruz no Congresso Nacional "pela liberação da maconha".

— Tem um vídeo circulando mostrando a visão político-partidária em sites, canais e redes sociais oficiais, com uma abordagem meramente ideológica, entrevistando pessoas que falam de política apenas, desvirtuando a sua finalidade — disse.

Segundo Girão, em 2014 a Fiocruz negou a existência de uma epidemia de drogas no Brasil, o que segundo ele foi motivo de piada. Outro exemplo de postura postura ideológica da entidade citada pelo senado é o posicionamento contrário ao uso da hidroxicloroquina por pacientes em estágio inicial de sintomas da covid-19.

Para o senador, a resistência em relação ao medicamento talvez se justifique pelo seu baixo preço ou pelo fato de o presidente da República, Jair Bolsonaro, ter recomendado o seu uso. Segundo Girão, 86 países adotam a cloroquina para o tratamento de covid-19. Nos casos em que os sintomas tenham se manifestado há, no máximo, cinco dias, o uso pode ajudar as pessoas a não irem para a UTI, apontou. No Brasil, continuou o senador, hospitais privados e planos de saúde também permitem o uso do medicamento. Para ele, não importa quem defendeu o uso do remédio, mas que ele está ajudando a salvar vidas.

— O que nós esperamos da Fiocruz é, cada vez mais, o embasamento dela com sua atividade-fim, que é ajudar o Brasil nas pesquisas, deixar a política de lado. Porque isso está queimando a instituição, está ofuscando toda uma história centenária, por algumas lideranças que estão hoje à frente dessa instituição e que, por uma motivação muitas vezes política, deixam essa sombra do radicalismo prejudicar os resultados e a imagem da Fundação Oswaldo Cruz, que tem muito a colaborar com o país — disse.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)