Povo negro ainda vive situação desigual, afirma Confúcio Moura

Da Redação | 13/05/2020, 16h01

Em pronunciamento virtual nesta quarta-feira (13), o senador Confúcio Moura (MDB-RO) lembrou que hoje se celebram os 132 anos da Abolição da Escravatura, ocorrida em 1888. Porém, disse o senador, não há muito o que comemorar. Ele questionou se o povo negro no Brasil vive de fato uma plena abolição nos dias atuais.

— Houve de fato verdadeira abolição? Podemos dizer que os negros brasileiros são iguais aos brancos em todos os sentidos contemplados na Constituição e na Declaração Universal dos Direitos Humanos? A gente sabe que não! Que, infelizmente, não! O povo negro brasileiro foi marcado com o ferro do sofrimento, do trabalho forçado e da senzala. E, lá longe, a casa grande. Foi assim que transcorreram mais de 350 anos de escravidão no Brasil — disse.

Confúcio rememorou ainda que, de acordo com a legislação da época do Império e do início da República, a escravidão era legal, admitida e praticada. Daí os sofrimentos e as torturas a que eram submetidos os negros no país. O senador também ressaltou as campanhas abolicionistas lideradas por Jose Bonifácio, Joaquim Nabuco e outros que comandaram a luta pela libertação total dos escravos.

Após terem sido libertados, os negros partiram para regiões remotas do país, unindo-se em busca da plena liberdade, constituindo os quilombos. Para Confúcio, os povos negros no Brasil vivem até hoje em situação social desigual e continuam sendo menos favorecidos.

— Os negros formam a base da desigualdade brasileira e do sofrimento. A data de 13 de Maio, dia da Abolição da Escravatura, fornece motivos, por um lado, para comemorar; por outro, para nos deixar tristes. A verdade é que devemos trabalhar cada vez mais nesse Brasil desigual para que os negros sejam, cada vez mais, incorporados à renda, ao trabalho e à dignidade — afirmou

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)