Relator-geral vê desconhecimento nas críticas ao Orçamento para 2020

Da Redação | 13/03/2020, 18h18

O relator-geral do Orçamento para 2020, deputado Domingos Neto (PSD-CE), atribuiu à falta de conhecimento técnico a polêmica sobre as emendas que apresentou. No total, ao remanejar receitas e despesas a fim de consolidar o Orçamento, o relator-geral precisou fazer emendas que somaram R$ 30,1 bilhões.

Parte desse montante (R$ 9,6 bilhões) deve ser transformado em despesas discricionárias do Poder Executivo por meio do acordo para manutenção de veto do presidente Jair Bolsonaro às emendas impositivas do relator-geral e de comissões do Congresso. O acordo ainda regulamenta as emendas impositivas.

Um grupo de deputados e senadores é contrário ao acordo. Esses parlamentares argumentam, entre outros pontos, que há concentração de poder no relator-geral. Domingos Neto disse na quarta-feira (12) que o Orçamento foi sancionado sem vetos. “O parecer expressou a vontade da maioria do Parlamento”, ressaltou.

Nesta semana, durante reunião da Comissão Mista de Orçamento (CMO) que aprovou as propostas que compõem o acordo, o deputado Dagoberto Nogueira (PDT-MS) lembrou que as emendas do relator-geral interessam ao governo.

— Se é mentira o que estou falando, Bolsonaro tem mesmo que retirar as propostas — afirmou. 

Indicação

Se aprovado o acordo na forma original, restará para o relator-geral indicar a lista e a ordem dos beneficiários de R$ 15,2 bilhões em emendas, conforme estudo da assessoria do senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), integrante da CMO. Na prática, o montante a ser administrado pelo relator-geral é ainda menor.

Não há hoje dinheiro para pagar R$ 5,9 bilhões em emendas do relator-geral. Isso porque o parecer de Domingos Neto condicionou essas despesas às eventuais receitas decorrentes da promulgação, ainda neste ano, da Proposta de Emenda à Constituição 186/29, a chamada PEC Emergencial, de autoria do Executivo.

A PEC Emergencial tramita no Senado, sob a relatoria de Oriovisto. Ele deve apresentar substitutivo no próximo dia 18, na Comissão de Constituição e Justiça. Se aprovado, o parecer deverá passar por dois turnos no Plenário, antes de ser encaminhado para procedimento semelhante na Câmara dos Deputados.

— A PEC pode constituir-se em um instrumento efetivo à disposição do governo federal, bem como dos estados e municípios, com os mecanismos capazes de aliviar a rigidez do gasto primário — disse o senador.

O texto permite, entre outros pontos, reduzir o salário dos servidores públicos em determinadas condições.

Da Agência Câmara

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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