Governo deve deixar discordâncias e enfrentar economia, alerta Plínio Valério

Da Rádio Senado | 09/03/2020, 17h12

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) alertou, nesta segunda-feira (9), em Plenário, que o governo precisa deixar de apostar na discordância e na crítica institucional, para que o país supere as dificuldades econômicas.

Na opinião dele, o "quadro de pesadelo" atual pode até ter sido influenciado por circunstâncias externas, como o coronavírus, mas tem origem dentro do país, em um governo que busca permanentemente o confronto, sem, no entanto, apresentar propostas para estimular a economia.

Plínio Valério lembrou que, apesar do governo, o Congresso Nacional aprovou, sem traumas, a reforma previdenciária (EC 103, de 2019), uma mudança que, em qualquer outro país do mundo, geraria muita polêmica.

Além disso, o governo que critica o Parlamento sequer apresentou um projeto de reforma tributária nem encaminhou a proposta de reforma administrativa, acrescentou o senador.

 Enquanto perdurar essa tensão política, institucional, que, repito, é inteiramente artificial, nenhum investidor vai ter segurança para agir, para trazer dinheiro para cá. Quem tem capital aqui vai tirar. Investidor não vai investir. Nem interno nem externo. Cabe ao Poder Executivo, e só a ele, deixar-se ajudar em vez de, é claro, de apostar na discordância e na crítica institucional. O Governo brasileiro tem que nos ajudar a ajudá-lo. Nós estamos aqui para votar as reformas necessárias para o país destravar, para o país andar — disse.

Plínio Valério ainda acusou o governo de manipular a realidade e de usar meias verdades para mobilizar a sociedade brasileira.

Segundo ele, as pessoas contrárias a qualquer tipo de conchavo na política deveriam ficar atentas para o fato de que o governo que as convoca para manifestações ‘pró-Brasil’ é o mesmo que encaminhou ao Parlamento os projetos de lei (PLN 2/2020, PLN 3/2020 e PLN 4/2020) que viabilizaram o acordo que culminou com a manutenção do veto sobre o dispositivo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO - Lei 13.898, de 2019)) que determinava a execução de emendas parlamentares (VET 52/2019).

Na opinião do senador, tudo isso seria desnecessário, uma vez que, independentemente desse acordo, o Senado iria manter o veto.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)