Pesquisa científica pode promover a preservação ambiental, explicam especialistas

carlos-penna-brescianini | 20/11/2019, 20h41

A Comissão Senado do Futuro recebeu nesta quarta-feira (20) especialistas para a audiência pública sobre "A tecnologia aplicada à preservação ambiental". O professor Antônio Brasil Junior, da Engenharia da Universidade de Brasília (UnB) e Daniel Lage Chang, coordenador de programas e projetos em Bioeconomia do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação, falaram sobre a importância da pesquisa e da tecnologia como instrumentos para a preservação do meio ambiente.

Daniel Chang citou vários casos que o Ministério da Ciência e Tecnologia tem apoiado, como as pesquisas relacionadas a veículos movidos a energia solar, com o uso de células foto-voltaicas. Esses veículos não emitem poluição por serem movidos 100% a energia elétrica.

— Estamos com projetos já em execução de protótipos de barcos movidos a energia solar para navegarem na Amazônia, realizando o transporte escolar e de ônibus elétricos, para circularem em cidades brasileiras. No caso dos ônibus, estamos trabalhando junto com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Ele também mencionou o uso do gengibre amargo em medicamentos anti-inflamatórios e cicatrizantes, com o apoio do ministério. A planta, originária do Oriente, está sendo trabalhada no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) para a produção de um medicamento cicatrizante. Na sua fase de testes,  está sendo ministrado a diabéticos revertendo casos em que seria necessária a amputação de pés ou pernas por perda da circulação.

Mestres e doutores

Antônio Brasil, por sua vez, disse que além do desenvolvimento de equipamentos, é fundamental a formação de pesquisadores e cientistas, através de programas de mestrados e doutorados.

— Não podemos abrir mão de o Estado brasileiro investir em tecnologia, mas o investimento em formação de pesquisadores, o investimento humano, é primordial.

Na sua visão, o avanço das pesquisas é determinante para o desenvolvimento do país. E com as sucessivas ondas de avanços tecnológicos, o país necessita de recursos humanos para poder se inserir no século 21.

Garimpo

O senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR), presidente da comissão, por outro lado, defendeu a exploração econômica da região amazônica. Ele afirmou ser preciso reconhecer atividades econômicas como o garimpo, pois a seu ver o combate ao garimpo ilegal não acabará com sua prática.

— Na Amazônia a Polícia Federal realiza ações que o ministro do Meio Ambiente declara custarem R$ 5 milhões por dia. E não se acaba com os garimpos, porque os garimpeiros só sabem fazer isso como atividade para ganharem o alimento de suas famílias.

Em uma linha semelhante, falou o senador Zequinha Marinho (PSC-PA), para quem é um uso tradicional a realização de queimadas pelos agricultores da Amazônia, como uma forma de "limpar" o terreno para um cultivo. Na sua visão, sem apoio financeiro para os amazônidas comprarem "um pequeno trator", o uso da queimada continuará.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)