Senado doa obras em braile na Bienal Internacional do Livro, no Rio

Da Redação | 06/09/2019, 20h01

O Senado fez nesta sexta-feira (6), no Rio de Janeiro, a entrega de livros em braile para organizações que atendem a pessoas cegas. As obras foram doadas durante a 19ª Bienal Internacional do Livro para a União dos Cegos do Brasil, o Sodalício da Sacra Família e o Instituto Benjamin Constant, instituições sediadas no Rio.

Entre as obras selecionadas para a doação estão cópias do Estatuto do Idoso e da Pessoa com Deficiência e da Lei Maria da Penha. A presidente da União dos Cegos, Rosa Cordovil, disse que a doação faz com que o cego se perceba como pertencente ao espaço cultural, conseguindo sentir a sensação de ir a uma livraria e adquirir um título.

Com 95 anos de existência, a instituição trabalha para inserir a pessoa cega no mercado de trabalho. Já são 200 cegos empregados como auxiliar em radiologia, contou a presidente.

A diretora-presidente do Sodalício da Sacra Família, Irmã Alberice Maria Medeiros, destacou a relevância da doação para a entidade, que foi fundada em 1929 e abriga adolescentes, jovens e idosas com deficiência visual ou cegas, sem família ou cujas famílias são de baixa renda.

— Para nós, essa iniciativa dá visibilidade ao tema da inclusão, tão recente para nossa sociedade, já que a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência [Estatuto da Pessoa com Deficiência] só foi instituída em 2015 — disse.

Já o diretor-geral do Instituto Benjamin Constant, João Ricardo Melo Figueiredo, comemorou o aumento do número de publicações em braile por parte da Gráfica do Senado. A entidade é referência nacional na área da deficiência visual.

— O Instituto ajudou o Senado a implementar a Gráfica para produção de obras em braile. Em 1998, a Casa se tornou o primeiro parlamento do mundo a manter, em suas instalações, esse sistema de impressão. De lá para cá, fico feliz de ver que o Senado se transformou em uma grande potência na publicação de títulos com esse tipo de escrita — afirmou.

Representando o Senado, a diretora-geral, Ilana Trombka, destacou que as doações constituem uma ação fundamental da instituição.

— O Senado é a casa de todos os brasileiros, com ou sem deficiência. Com essa doação, aumentamos a capilaridade de nossas ações e isso me dá um enorme prazer — disse.

Vendas

Até o início da sexta-feira, o Senado vendeu mais de três mil livros no estande montado na Bienal em conjunto com a Câmara dos Deputados. A maior demanda entre as obras editadas pelo Senado continua sendo pela Constituição Federal, que esgotou-se na quarta-feira (4), pelos Códigos Penal e de Processo Penal e por estatutos sociais. Para Ilana Trombka, isso mostra a importância da participação do Senado nesse tipo de evento.

— Não basta aprovar as leis, é preciso torná-las conhecidas pelo grande público — afirmou.

No entanto, títulos literários oferecidos no estande também tiveram boa procura e surpreenderam visitantes da feira, como a assistente social e estudante de Direito, Silvana Moura, 54 anos, que esperava encontrar apenas títulos legislativos.

— Foi surpreendente, meu interesse era por livros de direito e política, mas me deparei com um do Machado de Assis e fiquei curiosa, porque a gente não imagina encontrar esse tipo de leitura num estande do Congresso Nacional — explicou Silvana, que acabou desembolsando R$ 10 por um exemplar em quadrinhos de O Guarani, de José de Alencar, que ela vai dar para o filho.

Também na sexta-feira foi lançado pelo Senado, na Bienal, o livro Ânsia Eterna, de Júlia Lopes de Almeida, reeditado 116 anos após a publicação original. A obra é o segundo volume da Coleção Escritoras do Brasil, um resgate de autoras de grande importância na literatura e na intelectualidade nacional, mas que não tiveram o merecido reconhecimento em sua época, em razão da condição de mulher.

Da Diretoria-Geral do Senado

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

MAIS NOTÍCIAS SOBRE:
Cultura Pessoas com Deficiência