Senadores homenageiam Irmã Dulce, que será canonizada em outubro

Da Redação | 15/08/2019, 19h00

O senador Otto Alencar (PSD-BA) fez na sessão de quarta-feria (14) uma homenagem à religiosa baiana Irmã Dulce. Conhecida como “anjo bom da Bahia”, ela será canonizada em 13 de outubro, no Vaticano, e se tornará a primeira santa nascida no Brasil. Após a canonização, Irmã Dulce será chamada de Santa Dulce dos Pobres.

— Não teve o poder de ser política, prefeita, deputada, senadora, governadora, mas fez uma obra que talvez, reunindo aqui, poucos pudessem fazer com o poder que têm: atender a tantas pessoas. São 4,5 milhões de atendimentos anuais no seu hospital e nas suas obras sociais, com excelência de atendimento, com cirurgias de alto nível, com oncologia, com escola para educar as crianças. Esse é um exemplo que deveria ser seguido por todos — disse Otto Alencar.

A religiosa, cujo nome de batismo era Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, nasceu em Salvador (BA) e dedicou a vida à caridade e à assistência aos mais pobres. Criou e ajudou a criar várias instituições filantrópicas, como o Hospital Santo Antônio, que atende milhares de pessoas todos os dias. Foi lá que o senador a conheceu, enquanto trabalhava como médico.

— Eu convivi com ela, e ela me deu um ganho muito grande: o ganho de saber que o mais importante na vida não é ter, mas poder ajudar as pessoas que vivem numa situação economicamente mais fraca. Irmã Dulce deixa um legado muito grande de luta, de trabalho, de fé, de crença, que ficará marcado na minha vida e na vida das pessoas que tiveram esse benefício, essa alegria de conviver com ela — relatou.

De acordo com o senador, o físico frágil contrastava com o espírito forte da religiosa. Para ele, Irmã Dulce é a pessoa com maior força espiritual que ele teve oportunidade de conhecer e “falava pelos olhos” para curar e ajudar pessoas.

Projeto

O senador Angelo Coronel (PSD-BA) afirmou que Irmã Dulce deixou um legado, hoje administrado por uma sobrinha e outras voluntárias. Ele informou ter apresentado um projeto para que o dia 13 de outubro se torne o dia de homenagem à Irmã Dulce dos Pobres.

— Essa mãe dos pobres baiana deixou um legado que é orgulho para nós brasileiros. As Obras Sociais Irmã Dulce merecem a ajuda não só de parlamentares baianos, merecem a ajuda de todo o povo brasileiro, porque ela não vai ser santa só da Bahia, mas é uma santa do Brasil, é uma santa do mundo.

Também representante da Bahia, Jaques Wagner (PT) citou a religiosa como exemplo de solidariedade, caridade e coragem. Assim como Otto Alencar, ele disse que estará presente na cerimônia de canonização.

— Quero crer que a emoção vai ser maior ainda no dia 13 de outubro, quando nós poderemos ouvir do Santo Papa a palavra definitiva da proclamação de Irmã Dulce como a primeira santa brasileira, nordestina, baiana, por obra e graça de tudo que ela fez.

Outras homenagens

Para o senador Weverton (PDT-MA), nos dias de hoje, em que o ódio e o preconceito ganham espaço, é bom falar de pessoas que praticaram o bem.

— É muito importante porque ajuda a melhorar ainda mais as nossas almas e ajuda as nossas famílias a terem um norte, uma luz. Assim como ela, tenho certeza de que todos nós podemos sonhar com dias melhores para o nosso país.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) destacou a presença de Irmã Dulce no imaginário popular e afirmou que o ideal de igreja é a devoção aos mais pobres.

— Está lá no ensinamento de Cristo: é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que o rico entrar no reino dos céus. E ele, quando dizia, não fazia acepção de pessoas, não dizia que o rico lá não entrava. Ele dizia que a opção da igreja dele, da comunidade dele, que a opção preferencial da religião que ele fundava tinha que ser a escolha dos mais pobres e poucas pessoas na história humana fizeram mais pelos mais pobres do que Dulce.

Já a senadora Zenaide Maia (Pros-RN) lembrou uma frase dita por Irmã Dulce: "As mãos que curam são mais sagradas do que os lábios que oram". O senador Fabiano Contarato (Rede-ES), por sua vez, disse que a religiosa dignificava o ser humano. Para ele, o reconhecimento, embora não fosse seu objetivo, é merecido.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)