Senado aprova delegado de Polícia Federal para dirigir a Abin

Da Redação | 26/06/2019, 17h52

O Senado aprovou nesta quarta-feira (26), o nome do delegado de Polícia Federal Alexandre Ramagem para a direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O delegado, indicado pela Presidência da República, já integrou a equipe de investigação da Operação Lava Jato. A indicação foi aprovada por 64 votos a 3.

Ramagem já atuou em áreas administrativas e policiais da Abin. Durante a sabatina, realizada pela manhã na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), ele falou sobre prevenção contra ataques cibernéticos e disse considerar que o Brasil ainda está atrasado nessa questão.

— Não temos os investimentos de que grandes potências dispõem para a inteligência, mas não estamos sob total risco. Temos que tentar deixar mais cara a possibilidade de ataques ocorrerem — explicitou o indicado.

Ele também afirmou que a Abin, sob sua gestão, deve colaborar com as investigações acerca da prisão, nesta quarta-feira (26) de um militar da Aeronáutica em Sevilla, na Espanha, com 39 kg de cocaína em avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Ele considerou o episódio "um absurdo e grave desvio de função, que será punido com os rigores da lei".

A indicação foi elogiada por vários senadores. Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente CRE, disse considerar que o delegado é a pessoa certa para dirigir a Agência. O relator da indicação, Antonio Anastasia (PSDB-MG), destacou a eficiência do indicado e sua experiência na Polícia Federal.

Telmário Mota (Pros-RR) afirmou que a agência precisa ser reestruturada, para que sejam evitados episódios como o do avião da FAB. Mecias de Jesus (PRB-RR) disse acreditar na competência e na capacidade intelectual do delegado. Kátia Abreu (PDT-TO) também elogiou a indicação e disse acreditar na lisura do delegado para que a Abin cumpra sua real função.

— Eu acredito na lisura e da isenção do senhor Alexandre para se ocupar especificamente dos problemas que são de responsabilidade da Abin, e não usar a Abin para bisbilhotar e fazer perseguição de qualquer espécie, inclusive política — disse a senadora.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)