Ataídes critica metodologia do IBGE para índices de desemprego

Da Redação | 06/12/2018, 15h15

Ao discursar no Plenário nesta quinta-feira (6), o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) criticou a metodologia usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para calcular os índices de desemprego no Brasil. Ataídes destacou que, na semana passada, o presidente eleito Jair Bolsonaro classificou essa metodologia como “uma farsa”. Para o senador, a classificação de Bolsonaro é correta.

Ataídes disse que vem acompanhando essas pesquisas do IBGE desde 2011 e já teve oportunidade de avaliar a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que media o desemprego no Brasil “tão somente em seis regiões metropolitanas”. Segundo o senador, essa pesquisa deixou de ser feita entre 2016 e 2017. Agora, o IBGE vem usando a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) contínua, pesquisa que é feita em cerca de 3.500 municípios.

Para o senador, trata-se de um avanço. Ele discorda, porém, da figura dos chamados desalentados, que são os trabalhadores que durante 30 dias procuraram emprego, não conseguem, e daí para frente saem da estatística de desempregados. Na visão de Ataídes, os desalentados deveriam ser considerados como desempregados de fato.

— Qual pai de família que, durante 30 dias, procura emprego e depois disso, resolve não mais procurar? Se ele fizer isso, o que ele vai fazer da vida? — questionou o senador.

Ataídes também criticou não entrarem no rol dos desempregados nos cálculos do IBGE, cerca de 5,5 milhões de trabalhadores com benefício do seguro-desemprego e uma parcela dos jovens. Ele ainda disse que o índice de desemprego de pouco abaixo dos 12% pode ser, na verdade, quase três vezes maior. De acordo com o senador, fica muito claro que a metodologia de cálculo da Pnad Contínua do IBGE é “uma metodologia errática”, que não demonstra o verdadeiro desemprego no país.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)