Fundo de desenvolvimento da região de Terra Ronca, em Goiás, é aprovado na CDR

Da Redação | 28/11/2018, 11h20

A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) aprovou nesta quarta-feira (28) o PLC 33/2018, que cria o Fundo Nacional de Apoio à Região de Terra Ronca (Funter), para promover o desenvolvimento dessa região, nos municípios de São Domingos (GO) e Guarani de Goiás (GO). O projeto segue em regime de urgência para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) por conta de pedido do senador Romero Jucá (MDB-RR) também aprovado pela comissão. De acordo com Jucá, a ideia é que a proposta passe rapidamente pela CAE e possa ser aprovada até o final do ano no Plenário.

Durante a reunião, Jucá leu o relatório do senador Waldemir Moka (MDB-MS), favorável ao projeto.

— É um projeto importante, pois é uma área extremamente deprimida. O fundo tem o objetivo de promover o desenvolvimento da Terra do Ronca, preservar a cultura local, fomentar a qualificação dos trabalhadores locais, estimular produtos feitos pelas comunidades locais, criar condições para a instituição de cooperativas e viabilizar a cooperação entre os moradores e entidades públicas e privadas de turismo — ressaltou Jucá.

O relatório argumenta que o Fundo irá beneficiar a exploração racional e ecológica da região. Para ele, a simples criação do Funter já irá atrair verbas de instituições internacionais voltadas para a ecologia e para a cultura, tendo em vista a originalidade e a beleza natural da região.

O Funter contará com receitas de operações de crédito internas e externas, firmadas com entidades privadas, públicas, nacionais e internacionais, convênios firmados entre os estados da Federação e outras fontes previstas em lei.

Parque estadual

O Parque Estadual de Terra Ronca, com área aproximada de 57 mil hectares, está localizado nos municípios de Guarani de Goiás e São Domingos. O parque abriga um dos maiores sítios de cavernas e grutas da América Latina, muitas delas ainda não mapeadas. A formação do complexo deve-se à ação dos rios que nascem na Serra Geral, ganham volume sobre os maciços de quartzito e erodem as rochas calcárias. O nome Terra Ronca deriva do rugido dos rios que atravessam as cavernas e do burburinho das cachoeiras que se formam no seu interior.

A gruta mais conhecida é a que dá nome ao parque, Terra Ronca, que se caracteriza pelo seu enorme pórtico e pela grandiosidade dos salões. O vão de entrada atinge 96 metros de altura e 120 metros de largura, com salões medindo 760 metros de comprimento e 100 metros de altura. Na gruta, ocorre anualmente a cerimonia religiosa de Bom Jesus da Lapa. Destacam-se também a gruta de São Mateus, uma das maiores do país; a gruta Angélica, que pode ser contemplada depois de uma travessia de sete horas por suas infindáveis galerias subterrâneas; e a gruta São Bernardo/Palmeira, com salões repletos de curiosidades e em cujo interior unem-se dois rios. A região é coberta pela vegetação do cerrado e cortada por vários rios.

"Tudo isso faz do turismo uma atividade vital para o desenvolvimento social e econômico dos municípios da região de Terra Ronca. Todavia, para que o turismo possa prosperar e efetivamente beneficiar as comunidades do lugar é necessário valorizar a cultura local, fortalecer a capacidade dessas comunidades para produzirem artigos e produtos que atendam às demandas do mercado turístico, e capacitá-las para prestarem os serviços que caracterizam a atividade", observa o deputado Pedro Chaves (MDB-GO), autor do projeto, na justificativa da proposta.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)