Comissão de Relações Exteriores aprova indicação para a Embaixada do Brasil no Peru

Da Redação | 24/05/2018, 16h32

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta quinta-feira (24) a indicação do diplomata Rodrigo Baena Soares para a chefia da representação brasileira no Peru. A análise segue ao Plenário do Senado.

Durante a sabatina na CRE, o diplomata destacou os fortes laços socioeconômicos que unem Brasil e Peru. Ele ressaltou por exemplo que 86% dos produtos exportados pelo Brasil ao país vizinho são manufaturados ou semi-manufaturados. E isso num quadro tradicionalmente superavitário para a economia brasileira, da ordem de U$ 600 milhões por ano desde 2015.

— Esta é a vantagem comparativa que temos em relação a nossos vizinhos, e o Peru é um caso típico. Exportamos automóveis, tratores, chassis e plásticos, mas a pauta pode se diversificar até mais. Há perspectivas muito positivas já encaminhadas para robustecermos a exportação de bens de capital, calçados, mobiliário e jogos eletrônicos, todos itens de valor agregado. Também deve continuar aumentando a venda de veículos automotores — detalhou Baena Soares, mencionando ainda que a Embaixada do Brasil prioriza aumentar a importação de frutas do Peru.

Compras governamentais

Outra prioridade anunciada pelo diplomata será atuar para que o país andino ratifique o acordo de ampliação econômico-comercial assinado com o Brasil em 2016. Ele destaca que este é o acordo comercial mais ambicioso fechado por nosso país na America do Sul, estabelecendo a liberalização bilateral no que se refere às compras públicas, além de facilitar os investimentos.

— Isto não é pouca coisa, o orçamento para compras públicas no Peru é da ordem de US$ 10 bilhões. Nós já internalizamos este acordo, e a embaixada em Lima atua para que este processo seja dinamizado lá — afirmou.

A despeito da crise política, que levou à recente renúncia do ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski, acusado de receber propina da construtora Odebrecht, a situação econômica peruana é de estabilidade e crescimento, frisou o diplomata. Há anos o país apresenta taxas médias de cerca de 5,25% de incremento do PIB anualmente, e esta condição pode ser mantida, uma vez que os preços do cobre estão subindo no mercado internacional. Este é um dos principais itens da pauta exportadora do país.

Como outro ponto que favorece o investimento de empresas brasileiras na nação andina, o diplomata mencionou que ela é uma porta de acesso às exportações para a Ásia, através do Oceano Pacífico. Também destacou a relevância que ganhou a Rodovia Interoceânica (que liga o noroeste do Brasil ao litoral do Peru), e o fato do país vizinho ter mais intercâmbio econômico com as nações que fazem parte do Mercosul do que com suas próprias parceiras da Aliança do Pacífico.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)