Diplomata ressalta normalização das relações Brasil-El Salvador em sabatina na CRE

Sergio Vieira | 08/03/2018, 13h41

A Comissão de Relações Exteriores (CRE) aprovou nesta quinta-feira (8) a indicação do diplomata João André Dias para a chefia da Embaixada do Brasil em El Salvador. A análise da indicação segue para o Plenário do Senado.

Durante a sabatina, Dias fez questão de ressaltar que as relações Brasil-El Salvador se encontram neste momento "perfeitamente normalizadas", após um período "delicado, de algum esfriamento em maio de 2016". Isto porque o governo daquele país, encabeçado pelo presidente Salvador Cerén, divulgou então um comunicado oficial em que afirmava não reconhecer o governo de Michel Temer, pois seria "fruto de um processo de impeachment em que não caracterizou-se o crime de responsabilidade", chamando o processo de "golpe".

Porém Dias ressaltou que já no início do ano passado Cerén agradeceu ao governo brasileiro, quando optou por implantar em seu país nosso padrão de TV digital. A reaproximação consolidou-se após a retomada do grupo de cooperação técnica, efetivada quando o chanceler de El Salvador, Hugo Martinez, visitou Brasília em outubro.

- A visita partiu de uma iniciativa do próprio governo deles. Eles querem receber uma missão empresarial brasileira, e assinaram acordos importantes nas áreas de defesa, consultas políticas e de cooperação diplomática - frisou.

Cooperação judicial

Perguntado por Lasier Martins (PSD-RS), Dias abordou o acordo de cooperação judicial assinado pelos governos do Brasil e de El Salvador ainda em 2008, e que após tramitação no Congresso Nacional, aguarda promulgação por parte de Temer. Este acordo pode trazer reflexos na política salvadorenha, pois envolve investigações em ambos os países relativas ao financiamento eleitoral feito pela Odebrecht. Em 2009, o grupo colaborou financeiramente para a eleição do ex-presidente Maurício Funes.

- O que se tem de informações até o momento provém de delações de marqueteiros e de ex-executivos da empresa. As investigações correm em segredo de Justiça, após a promulgação deve ser assinado um convênio entre autoridades de ambas as nações - finalizou o diplomata.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)