Mudanças na reforma da Previdência não eliminaram injustiças, avalia Gleisi

Da Redação | 08/02/2018, 12h38

Para a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), as mudanças apresentadas pelo governo ao texto da Reforma da Previdência não foram suficientes para acabar com as injustiças e erros da proposta. A começar pelo aumento da idade mínima para aposentadoria das mulheres, que terão que trabalhar sete anos a mais.

— Algumas alterações de fato foram feitas. Retiraram os trabalhadores rurais e melhoraram a vida dos policiais. Mas a base, aquilo que afeta a maioria das pessoas, não foi feito no texto. E é isso que nos preocupa — afirmou em discurso no Plenário nesta quinta-feira (8).

Ainda segundo Gleisi, a reforma tem que ser feita em cima do corte de privilégios e levando em consideração as desigualdades regionais e das profissões.

— Nós aqui aguentamos trabalhar até 65 anos. Aliás, há senadores com 70, 80. Mas vejam o ambiente em que trabalhamos. Sentamos em boas cadeiras, andamos em bom carpete, temos boa vida, ganhamos bom salário, trabalhamos muito, viajamos, conversamos com as pessoas. Mas as nossas condições nos habilitam a trabalhar por mais tempo. Agora vamos pegar alguém que trabalha na construção civil. Vocês acham que uma pessoa dessa chega aos 65 anos com uma boa disposição física? — indagou.

A senadora disse ainda que a Reforma da Previdência é o tema mais importante sendo discutido no Congresso e espera que o texto não passe na Câmara e sequer chegue ao Senado.

Em relação à aposentadoria rural, ela lamentou a situação difícil pela qual passa o homem do campo e lembrou que um produtor de leite, por exemplo, tem que vender cinco litros para comprar um litro de gasolina.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)