Jovens de Brasília criam robô que traduz 'juridiquês' de projetos aprovados

Da Redação | 22/12/2016, 19h24

As redes sociais do Senado inspiraram uma dupla de estudantes de Brasília a criar um chatbot — robô que simula um ser humano na conversação com usuários — para “traduzir o juridiquês” dos códigos brasileiros e levar ao cidadão comum informações sobre seus direitos fundamentais.

Ludimila Cruz, de 24 anos, e Marcelo Cristiano Araújo, de 21, são estudantes do curso de Engenharia de Softwares da Universidade de Brasília (UnB) e moradores do Gama, no Distrito Federal. Eles venceram o Hackaton Serpro, uma maratona de 30 horas de programação promovida pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) entre os dias 16, 17 e 18 de dezembro.

O desafio foi o de criar robôs usando código aberto, com a possibilidade de utilização de dados do governo. A solução apresentada trouxe uma interface integrada entre o Facebook Messenger, dados do Código de Defesa do Consumidor e informações do perfil do Senado, feito ainda com alimentação manual. Uma comissão julgadora formada por seis membros de startups do Serpro e da UnB avaliou os trabalhos desenvolvidos, com base em critérios de inovação, usabilidade, design, funcionalidade, recursos tecnológicos e adequação ao tema.

— O Facebook do Senado nos motivou por fazer exatamente o que desejamos com o nosso chatbot, através de postagens. É uma página que tem foco definido e nós também gostamos da maneira como ela interage e oferece informações de valor para o cidadão — disse Ludimila.

Cidadania

A editora de Mídias Sociais do Senado Juliana Borges explica que um dos objetivos do setor é facilitar a comunicação em prol da cidadania. A elaboração dos posts, segundo ela, envolve pesquisa sobre códigos, legislações e projetos de lei, além de todos os assuntos debatidos na Casa.

— A gente observa que uma linguagem acessível rende muito mais compartilhamentos e engajamento popular. E, por meio de ações que envolveram tentativa e erro, fomos chegando ao que hoje tem sido considerado um modelo ideal — afirmou.

Para o diretor de Arte do Núcleo de Mídias Sociais do Senado (NMídias), Tadeu Sposito do Amaral, mesmo não substituindo a presença humana nas respostas aos usuários, um chatbot é importante no atendimento da alta demanda por esclarecimentos sobre as leis aprovadas.

— Muitas pessoas nos procuram por mensagens inbox para obter informações pontuais, e uma ferramenta como esta, desenvolvida pela Ludimila e pelo Marcelo, nos ajudaria muito, oferecendo serviço de qualidade e, ao mesmo tempo, economizando recursos da própria Instituição — destacou.

O uso do chatbot ainda depende de liberação pelo Facebook, mas já é motivo de comemoração, segundo a coordenadora do NMídias, Silvia Gomide Gurgel.

— Nós ficamos orgulhosos ao vermos jovens tão bem preparados desenvolvendo um produto tão legal. É o novo Brasil que estamos vendo crescer, e esta premiação por eles nos trouxe muita alegria, por ser uma mostra do quanto as mídias sociais do Senado têm sido usadas em favor da população — ressaltou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)