Viveiro do Senado produz e doa mudas de árvores a órgãos públicos

Da Redação | 21/11/2016, 09h59

Nos últimos três anos, pelo menos 3 mil mudas de árvores foram produzidas e doadas pelo viveiro do Senado a instituições públicas do Distrito Federal. São espécies frutíferas, exóticas e nativas do Cerrado entregues a órgãos como a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, a Administração do Lago Norte — bairro residencial próximo ao Lago Paranoá — e o Jardim Botânico.

Coordenado pelo Núcleo de Ações Socioambientais, o viveiro foi criado em 2013 com o objetivo de compensar parte do gás carbônico (CO2) emitido pelo Senado por meio do plantio de árvores, além de fornecer mudas para os jardins do complexo do Senado.

O servidor e arquiteto Mário Viggiano, responsável pela construção do viveiro, explica que, inicialmente, foi realizado o cálculo da emissão de gás carbônico pelo Senado. De acordo com ele, atualmente, as cerca de 2 mil árvores plantadas sequestram 1% do CO2 emitido.

— No início, não tínhamos isso bem estabelecido e começamos uma pesquisa, feita ao longo de 2014 e 2015, para levantar quantas árvores já haviam sido plantadas e saber o quanto o Senado sequestra de carbono. Paralelo a isso, levantamos as principais fontes de emissão, considerando questões como passagens aéreas, transporte terrestre e energia - explicou.

A partir do estudo, foi estabelecida a meta de mitigar pelo menos 10% do gás carbônico gerado pelo Senado nos próximos anos. Para que o objetivo seja alcançado, é necessário aliar a redução das emissões ao plantio de árvores, segundo Viggiano.

— Nosso grande estímulo é que cada árvore plantada representa um filtro de carbono, e quanto mais jovem é a planta, maior é a sua capacidade de sequestro. Se conseguirmos reduzir as emissões, há uma expectativa de que no futuro as curvas se juntem para termos a possibilidade de o Senado ter 100% das suas emissões mitigadas — diz.

Economia

Entre os critérios adotados na construção do viveiro, segundo Viggiano, estão o aproveitamento da luz natural, a produção de energia por meio de placas solares e a captação da água da chuva. Além de reduzir o impacto no meio ambiente, essas medidas também trazem economia aos gastos com jardinagem e energia.

Mário Viggiano lembra também que o lixo orgânico produzido pelo Senado é processado para produzir o adubo utilizado nos jardins.

— Temos conseguido transformar boa parte dos resíduos sólidos. Poucas coisas têm sido mandadas embora. Estamos fazendo a compostagem de restos dos restaurantes, como cascas, alfaces e borras de café - disse.

Para Viggiano, a conscientização ambiental está cada vez mais inserida na realidade de boa parte dos órgãos públicos, deixando de ser uma “ação extracurricular feita apenas por algumas pessoas”.

— Já temos, inclusive, algumas instruções normativas a respeito disso. O TCU [Tribunal de Contas da União] tem realizado um levantamento sobre como os órgãos públicos estão atuando em relação a essas instruções, se estão seguindo ou não. Isso está sendo feito de uma maneira mais educativa, mas, futuramente, será de uma forma mais punitiva. É uma necessidade, e o serviço público tem a obrigação de ser um exemplo — afirmou.

Paisagismo

Segundo Mário Viggiano, a equipe também pretende prosseguir com o projeto de paisagismo do Senado adaptado ao clima do Cerrado. Para isso, serão usadas plantas de baixa exigência hídrica, como os cactos.

— Temos uma infinidade de plantas com qualidade estética que se prestam a essa filosofia de trabalho. Neste ano, já vamos fazer duas experiências: plantaremos dois canteiros com esses tipos de plantas - disse.

Outra atividade do viveiro é a confecção de arranjos para os eventos realizados no Senado e para ornamentação dos espaços.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)