Valdir Raupp cobra investimentos em coleta e tratamento de esgoto

Da Redação | 11/03/2016, 11h56

O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) defendeu, nesta sexta-feira (11), em Plenário, a ampliação dos investimentos em saneamento básico. Ao lembrar o tema da Campanha da Fraternidade deste ano — Casa comum, nossa responsabilidade —, o parlamentar citou estudo da Pastoral da Criança segundo o qual o somente metade das residências brasileiras têm coleta de esgoto. Ele ressaltou a conexão entre esse número e o crescimento de doenças como a dengue.

— Apesar de esse ser um problema de causas naturais, porque se refere à proliferação de um mosquito, a Campanha da Fraternidade 2016 chama atenção para um fator que muito contribui para que a proliferação do Aedes aegypti: a falta de saneamento — afirmou.

Valdir Raupp citou o exemplo de seu estado, Rondônia, que também sofre com o problema. Conforme o parlamentar, apenas 3,63% dos rondonienses têm atendimento total de saneamento, o que faz do estado ser o pior do Brasil neste quesito.

— Doenças que são facilmente controláveis em regiões saneadas chegam a matar em lugares onde o tratamento de esgoto é negligenciado. A dengue, o zika vírus e a febre chicungunha não fogem a essa regra. No que diz respeito ao abastecimento de água, por exemplo, o abastecimento irregular é um problema para o combate ao Aedes porque leva a população a usar caixas d´água, potes e barris, e sem tampas ou mal tampados. Esses reservatórios são ideais para o mosquito procriar — analisou.

O parlamentar lamentou o fato de haver poucos engenheiros hidráulicos e médicos sanitaristas no Brasil, o que resulta em dificuldades para estados e prefeituras elaborarem projetos de saneamento. Segundo ele, a maioria apresenta falhas, que geram a paralisação de obras e desperdício de dinheiro público.

— A China e outros países priorizaram as engenharias para poder desenvolver o país, mas o Brasil está muito na área das carreiras jurídicas. Quem ganha bem no Brasil hoje, com todo o respeito, com raras exceções, está nas carreiras jurídicas — diz.

Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) concordou e lembrou que as indústrias brasileiras têm mais custos para bancar advogados do que engenheiros.

— Os problemas jurídicos que existem são tão grandes que a empresa tem que gastar dinheiro nisso. Quando o nosso problema deveria ser como fazer mais eficiente o funcionamento da fábrica, como inventar produtos novos — comentou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)