Lindbergh Farias critica prioridades propostas para o Congresso Nacional

Da Redação e Da Rádio Senado | 03/02/2016, 15h12

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) se disse preocupado com as prioridades do Congresso Nacional para este ano, propostas na terça-feira (2) pelo presidente do Senado, Renan Calheiros.

Para ele, as proposições são incoerentes com o momento de crise econômica, que exige medidas que mudem esse cenário e gerem empregos.

Entre os projetos anunciados como prioritários por Renan, está o que regulamenta a terceirização de mão-de-obra no país. Isso, na opinião de Lindbergh Farias, vai flexibilizar as relações trabalhistas e reduzir salários.

Na opinião de Lindbergh, a proposta de independência do Banco Central, com fixação de mandato para sua diretoria, não coincidente com os mandatos dos presidentes da República, dificultará os projetos do Executivo relacionados ao crescimento econômico.

Para Lindbergh, o que deveria ser votado, na verdade, é um projeto de ampliação das atribuições do Banco Central, para fazer com que a instituição passe a ser responsável não somente pelo controle da inflação, por meio da elevação da taxa de juros, mas também pelo crescimento econômico e pela geração de empregos.

— Nós estamos vivendo uma recessão. Aumentar a taxa de juros é um absurdo e nós temos no Brasil, infelizmente, um Banco Central que aplica as maiores taxas de juros do mundo. Nós pagamos no ano passado R$ 500 bilhões de juros. Nós comprometemos 8% do PIB com pagamento de juros. Na verdade, a tese do Banco Central independente é deixar esse banco central aprisionado apenas aos interesses do mercado.

Lindbergh garantiu que também vai se posicionar contrariamente ao projeto que muda as regras de exploração do petróleo da camada pré-sal, que acaba com a participação obrigatória da Petrobras na exploração e produção.

O senador ainda criticou a proposta que cria a Lei de Responsabilidade das Estatais, que, na opinião dele, vai transformar as empresas públicas em sociedades anônimas, voltadas basicamente para o lucro e não para a implementação de políticas de interesse social.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)