Senado discute impacto da crise chinesa e do Acordo Transpacífico

Da Redação | 15/10/2015, 16h56

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta quinta-feira (15) a realização de audiências públicas para debater os reflexos no Brasil de dois temas que causam impacto na economia mundial — a crise da China e o Transpacífico, acordo de livre comércio firmado entre Estados Unidos, Japão, Canadá e mais nove países.

Para a audiência sobre a crise chinesa, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), autor do requerimento e presidente da CRE, sugeriu a participação do embaixador Sérgio Amaral, presidente do Conselho Empresarial Brasil-China; do ex-chanceler Celso Lafer; do ex-presidente da Vale Roger Agnelli; e da professora Vera Thornstensen, da Escola de Economia de São Paulo, que é ligada à Fundação Getúlio Vargas (FGV), e coordenadora do Centro do Comércio Global e do Investimento.

Aloysio está preocupado com os efeitos da crise chinesa sobre o Brasil em razão da importância estratégica daquele país para as exportações nacionais. Maior parceiro comercial brasileiro desde 2009, a China importou do Brasil até agosto deste ano cerca de US$ 25,5 bilhões e exportou US$ 22,4 bilhões. Apesar dos números expressivos, eles representam uma queda, respectivamente, de 19,7% e de 9,2% em relação a igual período do ano anterior. Ou seja: a redução do ritmo de crescimento chinês tem reduzido significativamente as exportações brasileiras.

O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) previu uma alteração profunda no comércio global com a Parceria Transpacífica porque os 12 países que a integram representam 40% das riquezas produzidas no mundo. Autor do requerimento para discutir o assunto, Ferraço destacou que, além da derrubada de barreiras tarifárias entre os países, o tratado prevê regras uniformes de propriedade intelectual e ações conjuntas nas mais diversas áreas.

— Nós estamos propondo uma audiência pública para que possamos debater o impacto disso na economia brasileira e saber como o governo pretende reagir a mais essa articulação que nos coloca num isolamento ainda maior — afirmou.

Conforme o requerimento aprovado, serão convidados para debater a Parceria Transpacífica José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB); Marcos Troyjo, diretor do BricLab da Universidade de Columbia; Fernando de Magalhães Furlan, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio; o embaixador Hadil da Rocha Vianna, subsecretário-geral de Cooperação, Cultura e Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores; Carlos Abijaodi, diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI); e Vera Thorstensen, professora e pesquisadora da Escola de Economia de São Paulo.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)