Projeto Jovem Senador anuncia redações vencedoras

Guilherme Oliveira | 07/10/2014, 18h44

Três alunas de escolas públicas são as primeiras colocadas do concurso de redação do Projeto Jovem Senador 2014. O anúncio dos estudantes selecionados para representarem cada unidade da federação foi feito nesta terça-feira (7), pelo presidente da comissão coordenadora do projeto, senador Paulo Davim (PV-RN), o primeiro-vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC) e a diretora-geral adjunta da Casa, Ilana Trombka. O tema deste ano foi “Se eu fosse senador...”.

Nathalia Lima Janones, da cidade de Cáceres, no Mato Grosso, foi a grande vencedora. Sua redação, intitulada “Uma educação que transforma”, foi escolhida como a melhor pela comissão julgadora formada por servidores do Senado, do Ministério da Educação (MEC) e do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed).

Além da premiação individual dada a todos os finalistas (um laptop, uma medalha, um certificado de participação e uma viagem a Brasília para participar da etapa final do projeto, em novembro), Nathalia conquista para sua escola quatro computadores para uso coletivo de seus colegas.

O segundo lugar ficou com Ana Paula Schwengber, de Buritis (RO), que concorreu com a redação “Honra e honestidade”. Ela leva dois computadores para sua escola. Em terceiro ficou Maria Jéssica Silva de Almeida, de Surubim (PE), autora de “Lei boa é lei cumprida”, que ganha um computador.

Os 27 finalistas representam um estado cada e foram selecionados entre os 103,6 mil inscritos desta edição do projeto. O Projeto Jovem Senador é aberto a estudantes do ensino médio das redes públicas estaduais com até 19 anos de idade.

Na etapa final, os finalistas virão a Brasília, entre os dias 17 e 21 de novembro, para a cerimônia de premiação e a simulação de um mandato de senador, com apresentação de proposições, eleição de Mesa Diretora, debates e votações. Os projetos idealizados pelos estudantes serão encaminhados à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), onde poderão ser transformados em projetos de lei, que passará a ser analisado pelos senadores seguindo os trâmites normais do processo legislativo.

Sucesso crescente

Paulo Davim, que preside a comissão organizadora do Projeto Jovem Senador pelo terceiro ano consecutivo, celebrou o crescimento da iniciativa a cada edição que passa.

- O projeto tem tido uma capilaridade extraordinária, e desperta entre alunos e professores um interesse de conhecer o funcionamento do Legislativo brasileiro. Sou apaixonado por ele – comentou o senador.

O projeto está em sua sétima edição, e, pela primeira vez, não estabelece uma idade mínima para participação – até o ano passado, era de 16 anos. O senador Jorge Viana explica que isso se deveu a uma estudante do ensino médio, de 15 anos, que escreveu à comissão organizadora pedindo a mudança, e foi atendida. Ele valoriza essa aproximação entre os jovens e o Senado.

- Estamos criando um canal direto entre a mais antiga instituição do país e o que nós temos de mais especial, que são os nossos estudantes. Este é um dos projetos mais interessantes e desafiadores do Senado – afirmou.

Formação política

Segundo Davim, cada geração de jovens senadores formada pelo projeto ajuda a expandir a participação e o interesse dos estudantes de todo o Brasil – e, em última instância, a qualificar o processo democrático

- Eles levam uma semente de cidadania. Todo ano trazemos apenas 27 jovens, mas, quando eles voltam para seus estados, socializam com seus colegas a experiência vivenciada aqui. Ao longo do tempo, construímos o conceito do Senado Federal e a importância do voto como instrumento de transformação social. É um trabalho de longo prazo, mas vamos colher os frutos lá na frente.

A importância do Jovem Senador, para o presidente da comissão organizadora, estende-se também para toda a estrutura política nacional.

- É um programa pedagógico, que mostra a necessidade de construirmos um parlamento forte e participativo. Não existe democracia consolidada sem parlamento forte, e não existe parlamento forte sem interesse dos jovens – salientou Davim.

Ilana Trombka, diretora-geral adjunta do Senado, destacou os títulos das redações selecionadas como demonstração de consciência dos estudantes vencedores.

- São emblemáticos. Mostram que a nossa juventude está sintonizada com as necessidades do país – elogiou ela.

O processo de seleção

Os finalistas do Jovem Senador passam por várias etapas de avaliação antes de serem selecionados para a fase final do projeto. A partir da definição do tema para as redações (que ocorre na cerimônia de premiação da edição anterior), os inscritos entregam seus textos para suas escolas, que as encaminham para as respectivas secretarias estaduais de Educação. Cada secretaria seleciona três textos, que são enviados para a comissão julgadora do Senado. Essa comissão é composta por servidores da própria Casa e por representantes do Ministério da Educação (MEC) e do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). É esse colegiado que escolhe e ranqueia os 27 escolhidos – um de cada unidade da federação.

Carla Cristhine Ramos, que representa o Consed na comissão desde a edição passada do Jovem Senador, elogiou o nível das redações recebidas este ano. “É comum termos uma variação na qualidade dos textos que chegam para a gente, mas estavam todas muito niveladas. Foi difícil escolher as melhores”, reconheceu ela.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)