Aécio critica ufanismo com resultado de leilão do pré-sal

Da Redação | 22/10/2013, 20h35

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), em pronunciamento nesta terça-feira (22), criticou as condições do leilão do Campo de Libra, que, para ele, teriam reduzido o interesse dos investidores pelo negócio; e classificou como "extremo ufanismo" a atitude da presidente Dilma Rousseff de comemorar em cadeia nacional o resultado de um leilão que teve um único participante.

- A joia da coroa, o bilhete premiado, hoje pertence em parte a empresas privadas. Tenho que saudar desta tribuna a conversão do PT às privatizações - disse, propondo que Dilma deveria ir ao rádio e à televisão agradecer ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por ter feito a abertura do setor de petróleo.

O parlamentar associou a perda de valor de mercado da Petrobras e o elevado endividamento da empresa ao "viés ideológico" que manteve afastados os investidores internacionais: ele lembrou que, entre 2007 e 2012, o Brasil ficou "paralisado" no setor, enquanto outros países receberam US$ 300 bilhões em investimentos em petróleo. Ele ainda classificou como "marqueteiro" o anúncio, em 2007, da autossuficiência nacional em petróleo, e considerou um constrangimento para a Petrobras comemorar seus 60 anos com o rebaixamento de sua avaliação de crédito pela agência Moody's.

Aécio ressaltou que os maiores avanços na exploração de petróleo no Brasil se deram a partir da vigência da Lei do Petróleo - aprovada em 1997, segundo ele, com a "objeção profunda" dos atuais membros do governo.

– A propaganda oficial nos levará à conclusão de que o governo do PT descobriu o pré-sal. Foi descoberto por causa dos investimentos e da administração profissional da Petrobras a partir da Lei do Petróleo.

Aécio fez uma avaliação negativa do modelo de partilha, sublinhando que o Campo de Libra teria sido disputado em um "leilão de verdade" se continuasse em vigor o modelo de concessões. O senador declarou esperar que a Petrobras se afaste da disputa ideológica e volte a servir aos interesses do povo.

Apartes

Francisco Dornelles (PP-RJ) declarou sua surpresa pelo surgimento de um único consórcio interessado no Campo de Libra sob o modelo "arcaico e estatizante" de partilha e argumentou que o governo deve reconhecer o quanto errou em sua política energética. Para José Agripino (DEM-RN), o governo atual embarcou numa "aventura" e a Petrobras terá dificuldade para assegurar sua parcela de 40% de investimento no Campo de Libra. Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) acredita que Dilma comemora um fracasso, mas manifestou sua certeza de que o próximo leilão de petróleo será feito sob um governo diferente.

Mário Couto (PSDB-PA), citando os confrontos entre a polícia e as forças de segurança no leilão, lembrou que Fernando Henrique nunca pôs o exército nas ruas para "conter a vontade popular". Flexa Ribeiro (PSDB-PA) disse que a administração do PT deixou a Petrobras "cambaleante".  Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) lamentou o prejuízo dos pequenos investidores que acreditaram nas promessas do governo e investiram na Petrobras, e  Eduardo Suplicy (PT-SP) destacou os resultados positivos do leilão do Campo de Libra, salientando que grande parte dos recursos do petróleo será investido em educação.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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