Simon faz retrato pessimista do Rio Grande do Sul

Da Redação | 19/12/2012, 18h40

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) comentou, com pessimismo, índices econômicos e sociais do Rio Grande do Sul num balanço feito no Plenário na tarde desta quarta-feira (19). Ele falou sobre contas públicas, produção industrial, saúde, educação e drogas, entre outros temas. Lamentou a queda no crescimento do estado, mas ressaltou a boa projeção de crescimento para o próximo ano, principalmente alavancada pelo agronegócio.

- O agronegócio registrou um espantoso crescimento de 22,3% no terceiro trimestre de 2012, em comparação ao mesmo período de 2011, em forte contraste com a queda de 2,8% da indústria - ressaltou.

O senador ressalvou, no entanto, que o grande crescimento na verdade foi atingido após as perdas provocadas pela estiagem que castiga lavouras desde 2011. E reclamou que embora a seca ocorra todos os anos, os governos estadual e federal não se mobilizam para mitigar seus efeitos e danos com estratégia real de irrigação.

Citando estudo da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Simon informou que os piores desempenhos do ano foram da indústria de automotores e da metalurgia básica. Ele também lamentou os apagões elétricos. Por outro lado, exaltou o trabalho do Polo Naval de Rio Grande, que deve promover a construção de oito plataformas flutuantes para a exploração de petróleo na camada pré-sal.

Educação

Sobre as escolas do estado, ele lamentou que os professores ainda estejam na luta pelo pagamento do piso salarial nacional da categoria.

- As posições descendentes nas provas do Enem evidenciam que desandou o tão decantado padrão de qualidade do ensino público gaúcho - disse.

Ele citou estudo publicado pelo jornal Zero Hora, que coloca o estado no último lugar no ranking nacional de investimentos em educação, em relação ao que arrecada. Para ele, isso pode ser a causa de o estado ter o maior índice de repetências do país: um em cada cinco estudantes gaúchos foi reprovado em 2011. O índice, de 20%, é maior do que a média nacional, que não passa de 13,1%.

- O estado teria que investir, no mínimo, 25% deste valor em educação, descontados os gastos com inativos. Pois, na segunda metade da última década, o Rio Grande aplicou, em média, apenas 18,79%.

Saúde

Simom chamou de “lamentáveis” os dados relativos a saúde. De acordo com o Ministério da Saúde, há dez anos o estado lidera o ranking nacional de casos de Aids. Ele contou que a percentagem de recursos investidos na área “caiu a inacreditáveis 7% do orçamento”, mas se mostrou esperançoso com o esforço do governo federal na saúde e com a ideia de se destinarem 12% do orçamento estadual aos serviços.

Contas públicas

Simon disse que a crise financeira do Rio Grande Sul se arrasta há décadas, castigando os trabalhadores, punindo os empresários, comprometendo o presente e o futuro do estado e de todos os gaúchos.

Ele criticou até mesmo a atuação do governador Tarso Genro, do PT, a quem denominou “um político experimentado, de discurso articulado e boas intenções, mas não se vê, na prática, a concretização do que ele prega”.

- Com frequência, ele parece excessivamente retórico. De um lado, corteja os empresários e, de outro, desdenha das reivindicações salariais das categorias que atuam em serviços públicos essenciais, como os professores - disse.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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