Inácio Arruda vê preconceito em denúncias contra Lula

Da Redação | 19/12/2012, 21h05

O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), em pronunciamento nesta quarta-feira (19), cumprimentou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, em sua avaliação, tem sofrido ataques, insultos e perseguição por "ter colocado o país de pé”. Segundo o parlamentar, o tratamento dado às denúncias que tentam envolver Lula no caso do mensalão é marcado pelo “preconceito” do grande capital e dos principais meios de comunicação contra um operário pertencente a um partido de esquerda.

- O problema é que antes não tinha um operário no governo. Não é um problema de denúncia ou de investigação, porque todos são iguais, mas é o tratamento que se dá em nosso país - lamentou.

Inácio Arruda propôs um amplo processo de democratização dos meios de comunicação do Brasil, que, em sua opinião, são capazes de influenciar o próprio Supremo Tribunal Federal (STF):

- Sabemos o rumo das coisas. Não somos um bando de tolos fazendo onda para flanar no discurso fácil da oposição.

Em aparte, o senador Pedro Taques (PDT-MT) expressou seu respeito a Lula e concordou com a avaliação positiva dos avanços sociais em seu governo, mas afastou a possibilidade de perseguição.

- Será que o cidadão que faz muito adquire crédito e esses créditos fazem com que ele não possa ser investigado? - indagou.

Já o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) considerou remota a chance de Lula sofrer preconceito e afirmou que o mercado financeiro nunca lucrou tanto quanto nos dois mandatos do ex-presidente. Segundo Aloysio, Lula reagiu de forma “inadequada” em seguidas denúncias de escândalos em seu governo.

- Há uma certa permissividade que acaba por deslustrar o prestígio do ex-presidente.

Desenvolvimento

Inácio Arruda avaliou que o governo Dilma Rousseff deve priorizar o desenvolvimento do Brasil, lembrando que a presidente enfrenta adversários “poucos, mas poderosos” em questões como a redução dos juros e a renovação dos contratos de energia. Para ele, o capital produtivo deseja essa mudança, mas o capital especulativo, que nunca seria investigado, não. Segundo o senador, é preciso ter uma base de apoio ampla para sustentar essas reformas.

Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) preferiu não "fulanizar" o que avalia como um problema mais profundo do estilo de governo. Cristovam afirmou que a necessidade de uma ampla aliança com a “ganância” da direita levou ao mensalão e ao loteamento de cargos.

- Está na hora de mesmo quem defende o presidente Lula fazer uma autocrítica - disse o senador.

Inácio defendeu as alianças contra a proposta de fim das coligações proporcionais por acreditar que a medida prejudicaria partidos como o PCdoB.

- Argúem que a promiscuidade está nas coligações proporcionais. É uma desfaçatez, uma mentira descarada, mas que é propagada por gente boa.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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