Aloysio Nunes critica indicações políticas na Casa da Moeda

Da Redação | 06/02/2012, 17h44


A demissão de Luiz Felipe Denucci da presidência da Casa da Moeda por suspeita de corrupção foi registrada em Plenário nesta segunda-feira (6) pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP). O senador citou o episódio como mais um exemplo do fisiologismo que, conforme afirmou, caracteriza a gestão do PT à frente do governo federal, em que até a Casa da Moeda teria sido alvo de nomeações políticas e não técnicas.

Denucci foi demitido depois da denúncia de que teria recebido propina de fornecedores da Casa da Moeda por meio de duas empresas no exterior em nome dele e da filha. Subordinado ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, Denucci teria sido nomeado por indicação do PTB. O PTB, no entanto, diz que o ex-diretor da instituição foi escolhido pelo próprio ministro. Mantega deve vir ao Congresso prestar esclarecimentos sobre as denúncias.

Para Aloysio Nunes, que disse não conhecer o ex-diretor da Casa da Moeda e não querer pré-julgá-lo, mais grave do que as denúncias são as demonstrações de que o governo funciona em um "sistema de fisiologia, de loteamento político, que foi exacerbado de maneira brutal pelo PT, desde que o partido assumiu a Presidência da República".

- Para mim, o que é grave é o ministro da Fazenda do Brasil precisar de aval político de um partido para nomear o diretor da Casa da Moeda, uma instituição que remonta ao século 17. Isso nunca se viu. Esse é talvez um dos episódios mais degradantes de que tem noticia a crônica política brasileira - lamentou.

O senador argumentou que a Casa da Moeda não tem valor eleitoreiro para ter entrado na partilha de cargos da composição política. Ele afirmou que a Casa da Moeda é uma instituição importante, que emite o dinheiro do país e imprime documentos importantes como o passaporte, e não poderia ter interferência política.

Em aparte, o senador Pedro Taques (PDT-MT) parabenizou Aloysio Nunes por suas colocações e comparou a indicação do ex-diretor da Casa da Moeda à colocação de "um dos Metralhas para tomar conta do cofre do Tio Patinhas", em uma referência aos personagens dos quadrinhos da Disney.

- Essa instituição, que é secular, republicana, está sendo arrombada em nome da chamada governabilidade, que não passa de um eufemismo para o clientelismo. Daqui a pouco, a Polícia Federal vai ser de um determinado partido, o Ministério Público vai ser de outro partido. A Receita Federal, de outro partido. Nós chegaremos a esse ponto se não atentarmos para este fato - alertou o senador.

Já o senador Wellington Dias (PT-PI) saiu em defesa do governo do PT. O senador afirmou que a composição política faz parte de governos democráticos e que a presidente Dilma Rousseff tem demonstrado que suas nomeações seguem critérios técnicos.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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