João Alberto quer 'tolerância zero' com armas de fogo
Da Redação | 13/05/2011, 11h54
Quanto menos armas em poder da população, menos mortes a lamentar. Com base nessa constatação, baseada em estudos sobre a violência em São Paulo e no Rio de Janeiro, o senador João Alberto (PMDB-MA) defendeu nesta sexta-feira (13) "tolerância zero" com armas de fogo.
Estudo da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), publicado em 2005 e citado pelo parlamentar, mostrou que Austrália, Inglaterra e Japão, onde armas de fogo são proibidas, estão entre os países do mundo onde menos se mata com esses instrumentos. Os Estados Unidos, um dos países mais liberais no assunto, aparecem em oitavo lugar entre os mais violentos do mundo.
O senador disse que é preciso "ser radical" nessa questão e sugeriu a revisão do Estatuto do Desarmamento para inserir na lei requisitos ainda mais rigorosos para a comercialização e posse de armas de fogo.
- Se for necessário um novo referendo, que se faça um novo referendo. Teremos seguramente condições de esclarecer melhor a população sobre tudo aquilo que está em jogo - afirmou.
Redução
Um dos estudos citados pelo parlamentar, elaborado pelos pesquisadores Gabriel Hartung e Samuel Pessoa, com base em dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, concluiu que a redução de aproximadamente 60% do estoque de armas em poder da população, entre 2001 e 2007, contribuiu decisivamente para uma queda de 9% a 12% na taxa de homicídios por 100 mil habitantes.
- Isso quer dizer que, a cada mil armas retiradas de circulação, 150 a 200 vidas são poupadas - disse João Alberto.
No Rio de Janeiro, conforme o parlamentar, estudo do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, mostrou forte correlação entre a posse de armas de fogo e os níveis de violência.
João Alberto disse que, de 1991 a 2005, enquanto os números referentes à evolução da apreensão de armas de fogo configuram uma reta ascendente, aqueles que indicam homicídios formam uma reta descendente.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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