Acir Gurgacz critica ambientalistas e diz que países ricos pressionam emergentes a reduzir emissões

Da Redação | 15/12/2010, 16h02


O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) disse em Plenário nesta quarta-feira (15) que os países ricos levam os países emergentes a se comprometerem com metas de redução de emissões de gases poluentes, o que prejudicaria seu crescimento econômico. Enquanto isso, os ricos, afirmou, em particular os Estados Unidos, continuam sendo os maiores poluentes e não assumem qualquer compromisso de redução de suas próprias emissões.

A declaração de Gurgacz vem logo após o encerramento da Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas para Mudanças Climáticas - COP-16 - realizada em Cancun, no México, entre os dias 29 de novembro e 10 de dezembro.

O parlamentar relatou que, como resultado da COP-16, os países participantes comprometeram-se a criar um fundo mundial de US$ 100 bilhões até 2020 para financiar ações de mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas para atender os países mais vulneráveis do planeta.

- Tal fundo, do meu ponto de vista, deve ser formado exatamente com recursos oriundos de países que tanto se negam a reduzir suas emissões de gases poluentes quanto teimam em enxergar a necessidade de reflorestamento apenas em outros territórios, que não os deles - criticou, ao observar que pairam dúvidas sobre quais países contribuirão e como será administrado o fundo.

O parlamentar também declarou que as ações de resgate de créditos de carbono dos países ricos pelos países em desenvolvimento não contemplariam pequenos e médios produtores do agronegócio e pequenos proprietários rurais.

- Desde Copenhague essa é a questão central da estratégia de ambientalismo internacional: reforçar uma estrutura de governança mundial assustadora e perigosíssima, visando atuar nos países em desenvolvimento sob o pretexto de evitar uma catástrofe climática causada pretensamente pelo homem - criticou o parlamentar.

Acir Gurgacz defende que o fundo internacional seja utilizado para compensar perdas de produção ocasionadas pela aplicação em programas de preservação. Ele avalia que esses programas representam medidas de mitigação dos efeitos climáticos.

Para o senador, as recentes eleições parlamentares nos Estados Unidos, com a vitória dos integrantes do Partido Republicano, eliminaram as possibilidades de o Congresso norte-americano aprovar medidas de redução de emissões. Lamentou decisão daquele partido de extinguir o Comitê Seleto sobre Independência Energética e Aquecimento Global, que restringirá o mercado de créditos de carbono, como se depreende do término desse tipo de negócios na Bolsa Climática de Chicago até o fim deste mês, concluiu Acir Gurgacz.

Apartes

Gilberto Goellner pediu apoio para proposta sua que regulamenta o pagamento por serviços ambientais. A proposta está em exame na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) e será enviada em caráter terminativo para a Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), após exame da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) concordou com a tese de Gurgacz de que não existe comprovação científica acerca do aquecimento global e criticou o "patrulhamento ambiental" sobre o Brasil. Roberto Cavalcanti (PRB-PB) mencionou proposta sua que libera automóveis movidos a diesel (PLS 656/07).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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