Embaixadores estimularão participação de empresas brasileiras em obras de infraestrutura

Da Redação | 15/10/2009, 13h32

A participação de empresas brasileiras em grandes obras públicas de infraestrutura será estimulada pelos novos embaixadores na Etiópia e São Vicente e Granadinas, cujas indicações receberam, nesta quinta-feira (15), parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). As mensagens presidenciais contendo as indicações dos futuros embaixadores serão ainda examinadas pelo Plenário.

Indicada para a embaixada brasileira em Adis Abeba, na Etiópia, a ministra de segunda classe Isabel Cristina de Azevedo Heyvaert defendeu a participação de empresas nacionais em licitações internacionais promovidas pelo governo etíope para obras como rodovias, abastecimento de água e postos de saúde. As obras, como informou, são promovidas com recursos do Banco Mundial.

- Este é um campo promissor nas relações bilaterais - disse Isabel.

A embaixadora ressaltou ainda a possibilidade de prestação, pelo governo brasileiro, de cooperação técnica, especialmente nas áreas de agricultura - responsável por metade do Produto Interno Bruto (PIB) daquele país - e de saúde. Ela lembrou ainda que fica em Adis Abeba a sede da Organização da Unidade Africana, que classificou como uma "caixa de ressonância" para todo o continente.

- A União Africana tem adotado um modelo cada vez mais próximo ao da União Européia, estabelecendo diretrizes econômicas para todo o continente - observou.

Isabel informou ainda que pretende trabalhar pela promoção da língua portuguesa na OUA, onde é uma das línguas oficiais - apesar de ainda não ser um idioma de trabalho na organização. A mensagem de indicação da embaixadora teve como relator o senador Heráclito Fortes (DEM-PI).

Caribe

O ministro de segunda classe Renato Xavier, indicado para exercer o cargo de embaixador junto a São Vicente e Granadinas, arquipélago de 120 mil habitantes localizado no Caribe, também defendeu a participação de empresas brasileiras em obras públicas no país. A principal obra em andamento ali, segundo informou, é a construção de um aeroporto internacional, que já conta com a participação, atualmente, de empresas de Cuba e da Venezuela. Segundo o embaixador, o primeiro-ministro daquele país, Ralph Gonsalves, de família portuguesa, teria interesse em atrair empresas brasileiras.

Xavier observou que ainda existe um "vazio diplomático" em algumas áreas do Caribe e defendeu a promoção de um trabalho conjunto dos embaixadores brasileiros na área do Caricom, que, como recordou, conta com quase 9% dos votos na Organização das Nações Unidas e uma população conjunta de 14 milhões de habitantes.

A votação da indicação de Xavier, cujo relator foi igualmente Heráclito Fortes, quase foi adiada. Heráclito chegou a anunciar ao vice-presidente da comissão, senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), que presidia os trabalhos, que não se sentia em condições de apresentar seu parecer, uma vez que não tinha tido contato, até então, com o embaixador indicado. Mais tarde, porém, "atendendo a um apelo" de assessores do Ministério das Relações Exteriores, como relatou, admitiu apresentar seu voto favorável à indicação.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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