Governo adota medidas específicas para combater efeitos da crise no Brasil, diz Henrique Meirelles

Da Redação | 26/11/2008, 22h35

Ao dar explicações a parlamentares sobre as medidas adotadas pelo governo federal para combater os efeitos da crise financeira internacional no Brasil, durante audiência pública na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afastou a possibilidade de se implementar, no país, ações similares a adotadas em outros países como Estados Unidos e China.

Segundo Meirelles, o Brasil, por ter problemas apenas de falta de liquidez e falta de financiamentos para exportações - não tendo sido verificadas perdas de capital em suas instituições financeiras, como nos Estados Unidos e nem falta de demanda por exportações, como na China -, precisa aplicar remédios específicos para tais problemas.

- Todas as medidas para aumentar a liquidez dos mercados de dólar, todos os leilões feitos pelo Banco Central do Brasil, todas as ações de restauração da liquidez em reais com a liberação de compulsórios e a ação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e dos bancos oficiais fazem parte de um plano de ação básica voltado para combater problemas específicos da crise em nosso país - disse.

Por essas razões, Meirelles descartou, por exemplo, a adoção da medida, cobrada por vários parlamentares, de redução agressiva da taxa de juros de longo prazo, Selic, como forma de impulsionar o crescimento da economia brasileira. Em sua avaliação, a redução da taxa de juros somente seria recomendável no caso de países em que a inflação apresente tendência de queda, mas não na situação atual da economia brasileira, em que a ameaça de subida da inflação é permanente.

Com relação a questionamentos de deputados sobre as providências do país para a regulamentação dos mercados internacionais visando evitar a repetição de crises financeiras, Meirelles informou que o Brasil já tem indicação preliminar para fazer parte formalmente do Fórum de Estabilidade Financeira, composto por países desenvolvidos que têm presença no banco de compensações internacionais.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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