Renan: a decisão do PMDB não tem conexão com a minha questão

Da Redação | 27/09/2007, 12h34

O presidente do Senado, Renan Calheiros, fez questão de afirmar na manhã desta quinta-feira (27) que não tem nada a ver com a crise por ele enfrentada a decisão do PMDB de derrubar na sessão plenária de quarta-feira (26) a medida provisória do governo que criava a estrutura da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, ocupada por Mangabeira Unger, além de 660 cargos comissionados.

- Isso foi uma sinalização do PMDB para que o governo não abandone o senhor? - indagou-lhe um jornalista.

-Não. Eu queria, definitivamente dizer que essa questão do PMDB de ontem não tem nenhuma conexão com a minha questão. Muito pelo contrário. O PMDB fez uma reunião com todos os senadores, discutiram questões do partido, da bancada do partido, não tem absolutamente nada a ver comigo - garantiu.

- O PMDB está insatisfeito com o governo? - perguntaram-lhe ainda.

- Não sou eu quem fala pelo PMDB. Eu sou presidente do Senado, não sou líder do PMDB, não sou porta-voz do governo nem líder da oposição. Sou presidente do Senado. Os 12 senadores que votaram daquela maneira, pelo que se concebe de política, quiseram dar um balizamento com relação a alguma questão. Mas isso é uma questão da bancada do PMDB. Eu, Sarney, Roseana, Romero Jucá fomos informados de última hora, quando a decisão já estava tomada pela bancada - explicou Renan.

Em seguida, foi perguntado a Renan o que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria fazer agora que os cargos foram extintos. O senador informou que ainda não conversou com o presidente sobre o assunto.

Na mesma entrevista, o presidente do Senado afirmou que tem ajudado como pode o governo, a governabilidade e o país. Disse que continuará ajudando e que, se o PMDB quis dar ao presidente Lula sinais de insatisfação com alguma coisa, ele desconhece essa circunstância. Em sua opinião, assim como não lhe cabia fazer nada, ao líder Valdir Raupp [PMDB-RO] cabia seguir a orientação majoritária da sua bancada, para não comprometer sua própria liderança.

Quando os jornalistas perguntaram a Renan sobre a prorrogação da CPMF, que acaba de ser aprovada na Câmara, ele disse que essa é uma medida de interesse do Brasil e que só uma pessoa sem juízo desconheceria sua importância.

-Você pode aprimorar a CPMF, acenar no sentido de baixar a alíquota no futuro, rever procedimentos de compartilhamento com estados e municípios. Você não pode é deixar de votar a CPMF. Votar contra a CPMF significa acabar com o Bolsa-família, significa acabar com a estabilidade, que gera empregos e inclusão social - destacou.

Renan também disse que não vê dificuldade de a matéria ser aprovada no Senado, pois considera que há na Casa o entendimento de encarar de forma suprapartidária tudo que é de interesse do Brasil.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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