PSOL aponta fragilidades da defesa de Renan

Da Redação | 30/08/2007, 16h10

O senador José Nery (PA), apresentou, nesta quinta-feira (30), em nome do PSOL, na reunião do Conselho de Ética destinada a apreciar o relatório do processo por quebra de decoro parlamentar contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), os elementos que, na avaliação do partido, constituem evidências que podem fundamentar a cassação do mandato do senador.

O PSOL é o autor da representação que levou à abertura do processo para investigar a denúncia de que Renan Calheiros teria utilizado recursos da construtora Mendes Júnior para arcar com a pensão alimentícia da filha que teve num relacionamento extraconjugal com a jornalista Mônica Veloso.

A manifestação do partido baseou-se na perícia realizada pela Polícia Federal nos documentos apresentados pelo senador Renan para provar que os recursos utilizados no pagamento da pensão tiveram origem em seus rendimentos agropecuários.

O PSOL destacou, por exemplo, que, de acordo com a checagem da PF, não há registros, nas contas correntes do senador, de saques ou transferências bancárias em valores coincidentes ou correspondentes aos pagamentos que foram feitos à jornalista Mônica Veloso.

Em relação aos dados referentes às operações de compra e venda de gado, Nery observou que a quantidade de reses que Renan informou possuir seria incompatível com os dados de vacinação do rebanho. Também afirmou que as notas fiscais apresentadas não seriam juridicamente válidas, já que informavam operações realizadas com empresas que não existiriam ou que estariam inativas.

- O senador não conseguiu comprovar, de fato, a propriedade do gado. As inconsistências nas notas fiscais e nas guias de transporte animal (GTAs) mostram que seu patrimônio foi maquiado para parecer maior do que realmente era - disse o parlamentar.

O partido representante citou, ainda, como inconsistência relevante, o suposto empréstimo que teria sido firmado junto à locadora de carros Costa Dourada, revelado pelo senador Renan já em meados do mês de agosto para justificar a fonte de despesas pessoais básicas, para as quais, segundo as informações fiscais apresentadas, não haveria recursos disponíveis. Para a PF, lembrou Nery, o empréstimo seria "incongruente, ou mesmo inexistente".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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