Encerrado o 6º Encontro Verde das Américas

Da Redação | 01/06/2006, 20h04

Terminou nesta quinta-feira (1º) o 6º Encontro Verde das Américas, conferência anual coordenada pela ONG Palíber pela preservação do meio ambiente e utilização racional dos recursos naturais. Neste ano o encontro ocorreu em Brasília, no auditório Petrônio Portela do Senado Federal, com a presença de embaixadores, especialistas em ecologia e parlamentares, dos dias 30 de maio a 1º de junho.

Ao final do encontro, houve um pequeno debate e a entrega de certificados aos presentes. O jornalista Paulo Coelho, que presidia a mesa, prometeu o lançamento da Carta Verde das Américas 2006 para o dia 5 de junho. O documento trará um resumo do encontro e uma declaração de princípios ecológicos, a ser entregue às organizações participantes e a entidades políticas.

O último dia do encontro foi marcado pela palestra do professor doutor da UERJ em oceanografia David Zee, sobre os grandes riscos ambientais das mudanças climáticas que o planeta vem sofrendo.

- O aquecimento global hoje é uma realidade mensurável e tem como conseqüência uma devastação indireta dos escassos recursos naturais para sustentar a crescente expansão demográfica no planeta. Infelizmente, o homem ainda não reconheceu que está retirando da natureza muito mais do que ela pode oferecer e recompor - disse o professor.

Na parte da manhã os embaixadores da República Eslovaca, dos Países Baixos e de Trinidad e Tobago abordaram o compromisso de seus países com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. A superintendente executiva da Associação Mineira de Defesa do Ambiente, Maria Ricas, tratou da gestão dos recursos hídricos nas Américas, e o especialista em cerrado César Victor discursou contra a transposição do Rio São Francisco.

- Antes de pensar na transposição do rio deve-se fazer um trabalho de recuperação e conservação do cerrado, habitat responsável pela manutenção de várias bacias hidrográficas, incluindo-se aí a do Rio São Francisco - disse o especialista.

Ainda na parte da manhã, o representante indígena Marcos Terena, presidente do Comitê Intertribal, proferiu palestra sobre o tema Povos Indígenas - Conhecimentos tradicionais como guardiões de um futuro melhor. Terena afirmou que a riqueza não pode ser medida pelos índices econômicos, mas sim pela capacidade de se assegurar um bem viver para todos.

Na parte da tarde, além de David Zee palestraram a embaixadora da Palestina, Mayada Bamie, o presidente da ONG Ponto Terra, Ronaldo Malard e a secretária geral da WWF/Brasil, Denise Hamú. Bamie tratou do desafio da Palestina para com a Paz e o desenvolvimento sustentável no Oriente Médio, enquanto que Malard discursou sobre parques e o meio ambiente urbano. Hamú fez uma apresentação em slides sobre as ações do WWF na preservação ambiental do Brasil e do mundo, tendo como diretrizes minimizar os efeitos das atividades humanas no meio ambiente, conservar a biodiversidade e estimular o uso sustentável dos recursos naturais.

Não somos uma ONG de sonhadores - afirmou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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