Subcomissão tomará depoimento do comendador Arcanjo

Da Redação | 04/05/2006, 12h09

Uma subcomissão da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos integrada por cinco parlamentares toma na próxima terça-feira (9), em Cuiabá (MT), o depoimento de João Arcanjo Ribeiro - o comendador - apontado como chefe do crime organizado em Mato Grosso. Arcanjo, condenado a 37 anos de prisão por homicídio, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, é suspeito de ter participado da trama que culminou com o assassinato do então prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel, do PT, ocorrido em janeiro de 2002. O crime está sendo investigado pela CPI.

A subcomissão irá ouvir o comendador Arcanjo na Penitenciária Regional Pascoal Ramos, onde está preso. A previsão é que o depoimento tenha início entre 10he 10h30. O presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB) - que não viajará para Cuiabá - defende que a oitiva seja em forma de audiência pública. Mas caberá às autoridades estaduais de segurança pública dar a palavra final, segundo informa a secretaria da CPI.

Integram a subcomissão, que é coordenada pelo senador Romeu Tuma (PFL-SP), os senadores Wellington Salgado (PMDB-MG), Sibá Machado (PT-AC), Juvêncio da Fonseca (PSDB-MS) e Leomar Quintanilha (PC do B - TO). O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que estava escalado para viajar, comunicou que não participará da comitiva em função de suas novas atribuições como líder da Minoria no Senado, função para a qual foi indicado esta semana.

Febrabingo

A CPI dos Bingos também realiza na terça-feira, com início previsto para as 11h, audiência pública destinada a ouvir o presidente da Federação Brasileira dos Bingos (Febrabingo), Carlos Eduardo Canto. Os senadores deverão questioná-lo sobre um tema que consideram um dos principais obstáculos para a legalização desse tipo de jogo no país: a imagem que é atribuída às casas de bingo de serem um centro de lavagem de dinheiro e de terem ligações com o crime organizado.

Na quarta-feira (10), ou no mais tardar na quinta-feira (11), Efraim Morais deverá colocar em votação requerimentos considerados polêmicos e que há semanas aguardam deliberação. Entre eles está o que pede a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do presidente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto, acusado de ter pagado contas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da filha dele, Lurian Cordeiro. Mas o presidente da CPI alerta que será necessária a presença da maioria dos membros do colegiado para a votação de tais requerimentos.

A CPI também deverá votar requerimento que convoca para depor o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso, acusado de ser um dos principais responsáveis pela quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa, o Nildo.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)