Presidente do BMG confirma encontro com Dirceu
Da Redação | 20/09/2005, 00h00
Ricardo Guimarães disse que o objetivo da reunião era convidar o ministro para a inauguração de uma fábrica da família de Guimarães. O banqueiro não soube explicar ao senador Jefferson Péres (PDT-AM) por que motivo a reunião foi agendada por Marcos Valério, se o empresário não fazia parte do governo nem era filiado ao PT.
O sub-relator de contratos, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), e o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) fizeram questionamentos sobre empréstimos concedidos pelo BMG ao PT e ao empresário Marcos Valério. Ricardo Guimarães explicou que, em 17 fevereiro de 2003, foi feito um empréstimo de R$ 2,4 milhões ao PT, solicitado pelo então tesoureiro Delúbio Soares. As garantias foram os avais de Marcos Valério, José Genoíno e Delúbio Soares.
Ricardo Guimarães negou que Marcos Valério tenha retirado o aval a esse empréstimo, como o empresário afirmou à CPI. Guimarães disse ainda que a operação foi renovada algumas vezes. Segundo o presidente do BMG, o PT pagou em torno de R$ 800 mil da dívida e Marcos Valério pagou mais R$ 350 mil. O banqueiro confirmou que, em 25 de fevereiro de 2003, o banco fez um empréstimo à SMPB no valor de R$ 12 milhões, quitado em 2004.
Depois de liquidado o empréstimo de R$ 12 milhões, o BMG concedeu novos créditos a empresas de Valério. A Grafiti tomou empréstimo no mesmo padrão. A negociação está em estágio de cobrança e atinge hoje o valor de R$ 23 milhões. Outro empréstimo foi feito à empresa Tolentino & Associados, do empresário Rogério Tolentino, sócio de Valério, no valor de R$ 10 milhões. Um último empréstimo feito pelo BMG, segundo Guimarães, foi de R$ 3,5 milhões para a SMPB. Ambos estão em execução.
O banqueiro também confirmou a Gustavo Fruet ter empregado a ex-mulher do deputado José Dirceu, Ângela Saragosa. Segundo o banqueiro, Ângela efetivamente trabalha no banco como psicóloga, atendendo funcionários do BMG em São Paulo. Ainda respondendo a questionamentos do sub-relator, Guimarães explicou que o BMG atua desde 1998 no nicho de empréstimos, especialmente no de crédito consignado.
O presidente do BMG negou ter sido privilegiado pelo governo na concessão dessa modalidade de crédito para pensionistas do INSS. Antes de 98, destacou, o banco lidava apenas com financiamento de automóveis. Ao deputado Arnaldo Faria de Sá, Ricardo Guimarães afirmou que a "situação do BMG é muito boa", que o banco teve no ano passado lucro de R$ 260 milhões, conta com patrimônio de R$ 780 milhões e ativo de R$ 2 bilhões.
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Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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