ACM: "Não haverá acordão e nem acordinho com o governo"

Da Redação | 04/08/2005, 00h00

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) sustentou da tribuna que "não haverá acordão, nem acordo e nem acordinho" com o governo, frisando que o seu partido não abre mão de investigar denúncias de corrupção. Informou ter ficado estarrecido ao ouvir na CPI dos Bingos o depoimento de Marcelo José Rovai, ex-diretor de Marketing da empresa Gtech.

- Nunca nesse país vi coisa mais nojenta do que o ocorreu em vários setores deste governo. É inacreditável o que ele disse - referindo-se às afirmações do ex-diretor da Gtech de que Rogério Buratti, a mando de Waldomiro Diniz, teria exigido propina de R$ 6 milhões da empresa para renovar contratos com a Caixa Econômica Federal.

Buratti foi assessor do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, e Waldomiro trabalhou na Casa Civil, com o ex-ministro José Dirceu.

- O ministro Palocci é um homem sério, mas tem de tomar cuidado para que assessores não maculem seu nome. Pelo depoimento, vê-se que Rogério Buratti manda muito na República. Só não manda mais que Marcos Valério - ironizou o senador baiano.

Antonio Carlos Magalhães leu da tribuna cópia de pronunciamento feito na quarta-feira (3) pelo presidente do Senado, senador Renan Calheiros, em que o presidente da Casa refutou declarações do senador Pedro Simon (PMDB-RS) sobre os destinos das CPIs no Congresso. Antonio Carlos disse que Renan tem lutado para que as comissões de inquérito do Congresso funcionem.

Antonio Carlos disse ainda que não tivera, na véspera, a intenção de ofender o senador Pedro Simon ao comentar que o senador José Sarney (PMDB-AP) havia lamentado declarações do senador gaúcho um programa de televisão. No programa, Simon havia questionado a conduta de Sarney na Presidência do Senado por este não ter nomeado os integrantes da CPI dos Bingos, há cerca de dois anos.

 - Vossa Excelência muitas vezes avança o sinal, na maioria das vezes avança bem. Mas algumas vezes comete injustiças - disse Antonio Carlos, dirigindo-se a Simon.

 Simon explicou, em aparte, ter dito que, se Sarney tivesse indicado à época os integrantes da CPI, talvez a crise política  não tivesse chegado ao ponto que chegou, hoje.

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Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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