Oposição só aceita votar LDO se CPI puder funcionar no recesso

Da Redação | 23/06/2005, 00h00

Líderes do PSDB e do PFL só aceitam votar nos próximos dias o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2006 se os presidentes do Senado e da Câmara e os líderes governistas concordarem que a CPI dos Correios funcione em julho, mês de recesso parlamentar. Caso não aceitem, as oposições pretendem obstruir a votação da LDO, o que impediria o Congresso de entrar em recesso, mantendo deputados e senadores (inclusive os da CPI) em trabalho no próximo mês.

A comunicação das oposições já foi feita aos governistas, conforme o líder do PP na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), deputado Ricardo Barros. O governo tem maioria na comissão, o que lhe permitirá aprovar a LDO, mas enfrenta dificuldades para mobilizar seus aliados para a votação.

O relator da LDO, deputado Gilmar Machado (PT-MG), já está com seu parecer praticamente concluído, o que possibilitaria sua votação no início da próxima semana. Com acordo, na quarta-feira (29 o projeto da LDO poderia ser votado pelo Plenário do Congresso, já convocado pelo presidente Renan Calheiros para leitura do requerimento que cria a CPI mista de deputados e senadores destinada a investigar o chamado "mensalão".

Nesta semana, a Comissão de Orçamento se reuniu por duas vezes, mas só foi possível votar matérias que tinham apoio dos oposicionistas, como avisos do Tribunal de Contas da União retirando obras da lista de projetos com suspensão de verbas por indícios de irregularidades. As votações foram feitas de forma simbólica. Se um oposicionista tivesse pedido verificação de quórum, as votações teriam sido suspensas.


Conforme o deputado Ricardo Barros, os oposicionistas querem que antes da votação da LDO já tenha sido lido no Congresso o requerimento que cria a CPI mista do Mensalão. Na Câmara, também está na fila para leitura o requerimento que cria outra CPI do Mensalão, esta encabeçada por governistas, que busca investigar não só as denúncias do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), mas denúncias de compra de votos de parlamentares em governos passados.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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