Mantega: Estado deve reduzir desigualdades, mas Nordeste não fez projetos para obter recursos do BNDES

Da Redação | 19/05/2005, 00h00

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guido Mantega, disse nesta quinta-feira (19) em audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) que a redução das desigualdades sociais e regionais se dá a partir da ação do Estado. Ele informou, porém, que houve um recuo de 12% dos empréstimos do banco para o Nordeste em 2004. Sobraram recursos no banco, segundo Mantega, por falta de projetos e demanda de parte dos empresários da região.

Ele exibiu gráficos com dados de 2003 e 2004 de todas as regiões. O valor total de empréstimos do BNDES no Sudeste aumentou apenas 6% de 2003 para 2004. No mesmo período, a expansão do crédito do banco para o Centro-Oeste foi de 82%, e de 27% para a região Sul. O Norte expandiu sua participação em 174%, informou.

- Houve uma melhoria para uma parte das regiões menos desenvolvidas com exceção do Nordeste, onde não foram apresentados projetos que pudessem ser aprovados pelo Banco - declarou Guido Mantega.

Ao falar sobre "o mito de que o BNDES é um banco de grandes projetos e grandes empresas nas regiões mais desenvolvidas", Mantega mostrou que 24% do total dos desembolsos do banco foram destinados às micro e pequenas empresas, e 8% para as médias. As grandes empresas ficaram com 68%.

Mantega ressaltou o papel do BNDES "no financiamento de pequenas e médias empresas que favorecem as regiões menos desenvolvidas." O "cartão BNDES" é um novo programa de apoio à pequena empresa. O cartão oferece crédito de R$ 50 a R$ 100 mil para essa categoria de empresários.

- Um pequeno empresário precisa montar uma pousada. Ele precisa comprar cama, televisão, computador, faz o cadastro no BNDES pela Internet, vai a um dos agentes do BNDES espalhados por todo o Brasil, e recebe o cartão com o qual comprará seus equipamentos para pagar em 24 meses com juros de 18% ao ano, ou seja, 1,44% ao mês, uma das menores taxas do mercado. Estamos pensando em ampliar o prazo para 36 meses - disse Guido Mantega.

 O BNDES tem uma longa tradição de participar no desenvolvimento regional e está presente em todos os grandes projetos estruturantes no Nordeste, disse Mantega.  Ele citou o Pólo Petroquímico de Camaçari na Bahia; Cloroquímica, em Alagoas; Fertilizantes, no Ceará; e o Porto de Suape, em Pernambuco, entre outros. A reestruturação da indústria têxtil na região também foi citada pelo ministro.

Presidente do BNB diz que desigualdade entre NE e demais regiões diminuiu

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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