Patrocínio aplaude decisão do governo brasileiro de ajudar Angola

Da Redação | 28/11/2002, 00h00

A decisão do governo brasileiro de participar da -tremenda tarefa de soerguimento- de Angola foi saudada pelo senador Carlos Patrocínio (PTB-TO). -Uma vez mais o Brasil se fará presente no momento difícil em que um povo vilipendiado procura se pôr de pé frente ao mundo-, disse ele.

O senador associou a guerra civil que assolou o território angolano por 27 anos, a partir da sua independência, em 1976, à personalidade psicótica do líder máximo do grupo guerrilheiro Unita - Jonas Savimbi. Ele pertenceria, conforme Patrocínio, ao mesmo grupo de personalidades portadoras de psicose integrado, por exemplo, por Osama Bin Laden e o matemático John Forbes Nash Jr.

- Caso sejam compreendidos e adequadamente orientados, esses gênios contribuem, como Nash, para o progresso da humanidade. Desatendidos, vão povoar os manicômios, sendo trágicos personagens de uma existência irreal - afirmou o senador.

Quanto a Savimbi, Patrocínio lembrou que, apesar de o líder angolano ter sido condecorado em 1968 pelo presidente Ronald Reagan no Salão Oval da Casa Branca como um -combatente da liberdade-, morreu em 22 de fevereiro deste ano, -como um pária, encurralado pelas tropas do governo, abandonado pelos antigos aliados, chamado pelas Nações Unidas de terrorista e assassino de civis inocentes-.

Ao fazer uma retrospectiva da participação do líder da Unita no processo político angolano, o senador ressaltou que, com a vitória do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) em 1976, Jonas Savimbi entrou em acordo com o marxista José Eduardo dos Santos e abandonou a guerrilha.

No entanto, prosseguiu Patrocínio, quando José Eduardo elegeu-se presidente de Angola pelo voto popular, em 1992, Savimbi retornou à guerrilha, voltando-se contra a população civil que o rejeitara nas eleições. Na avaliação do senador, a morte do ex- guerrilheiro que, para manter as atividades da Unita, recorreu ao contrabando de diamantes, arrecadando US$ 4 bilhões na década passada, deixa um saldo trágico para o povo angolano:

- Em conseqüência daquela guerra insana, Angola, um país repleto de recursos naturais, se tornou uma das mais pobres nações do mundo. As 10 milhões de minas espalhadas pelo país resultaram em mais de 100 mil mutilados e 80% dos 10,4 milhões de angolanos são jovens demais para terem conhecido a paz - lamentou Carlos Patrocínio.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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