ADEMIR QUESTIONA LIGAÇÕES DO MINISTRO COM LARA E ARIDA

Da Redação | 19/11/1998, 00h00

Na inquirição do ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, nesta quinta-feira (dia 19), no plenário do Senado, a respeito das suspeitas levantadas contra o processo de privatização do sistema Telebrás, o senador Ademir Andrade (PSB-PA) questionou as ligações entre as autoridades responsáveis pela condução do leilão e dois dos empresários interessados nas estatais da área de telecomunicações.Depois de apresentar "um breve currículo" da trajetória profissional do ministro Mendonça de Barros, de André Lara Resende (presidente do BNDES), de Pérsio Arida e Daniel Dantas, dirigentes do Banco Opportunity, o parlamentar manifestou sua contrariedade com o fato de três deles (Barros, Lara e Arida) já terem sido sócios em um banco privado de investimentos (Matrix), além de dirigentes do Banco Central e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.Em resposta, o ministro confirmou a trajetória profissional dos três e manifestou-se favorável à "quarentena" na passagem de dirigentes de instituições financeiras públicas para o setor privado. "Desde que o Tesouro pague o salário da pessoa por algum tempo, para que ela tenha como sobreviver." Mendonça de Barros repudiou, por outro lado, as referências feitas pelo senador ao rápido sucesso de seus dois filhos, Daniel e Marcelo, na área de corretagem. Ademir Andrade perguntou diretamente ao ministro se tanto êxito, em tão pouco tempo de atuação da Corretora Link junto à Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F;) de São Paulo, seus filhos deviam à "competência, favorecimento ou tráfico de influência".Mendonça de Barros destacou, ainda, em resposta a questões formuladas pelo senador paraense, não temer a quebra de seu sigilo bancário ou a exposição de sua declaração de renda. Sobre a questão da CPI, no entanto, o ministro preferiu não opinar, argumentando que não era de sua competência.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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