Diagnóstico precoce aumenta a possibilidade de cura

Aline Guedes | 03/10/2017, 11h27

A jornalista Cristina Sudbrack Vidigal, de 56 anos, descobriu que tinha câncer de mama durante o banho, em dezembro de 2016. Ela percebeu um nódulo no seio esquerdo no autoexame, mas disse que tentou fugir da realidade e somente procurou auxílio médico depois de quatro meses, após ter sido pressionada por uma sobrinha.

— Eu acho que a palavra câncer assusta, mesmo com todas as informações que temos nos dias de hoje. A gente pensa que pode acontecer com o vizinho, mas não com a gente.

Cristina passou por uma série de exames complementares, até se submeter à mastectomia, em abril de 2017. A primeira parte da reconstrução da mama esquerda da jornalista ocorreu em julho. A terceira, para finalização da reconstrução, está prevista para março de 2018, quando se completam oito meses da segunda intervenção. Apesar do apoio da família e das pessoas mais próximas, Cristina reclamou da falta de acompanhamento psicológico nas clínicas e hospitais para as mulheres passíveis ao diagnóstico.

— A gente sai do atendimento com o prognóstico, mas sem antes ter um bate-papo com um especialista que procure saber como a mulher está se sentindo, o que faz muita falta num momento difícil como esse.

Outro exemplo de vitória sobre o câncer de mama vem da professora Nelsimeire Silva Cavalcante, 41 anos, moradora de Taguatinga (DF). Ela descobriu o tumor no seio direito em 2009, também durante o banho. A sensação inicial é de que parecia uma pedrinha de cerca de dois centímetros de diâmetro. Por desconsiderar a possibilidade de estar doente, só procurou ajuda profissional quatro meses depois, quando o caroço começou a crescer.

Nelsimeire contou que, durante seu tratamento, conheceu histórias e conviveu com mulheres que foram abandonadas pelos companheiros, após o diagnóstico do câncer de mama.

— Nenhuma pessoa pode passar por uma situação dessas sozinha, mas muitas são abandonadas no seu momento de maior dor. Foi assim que eu percebi como o meu esposo me ama e foi cuidadoso comigo o tempo todo. O que me deu forças foram Deus, a família, os amigos e os conhecidos queridos — relembrou.

Depois de um ano e meio de tratamentos, Nelsimeire finalmente recebeu a notícia que tanto esperava: estava curada.

— Quanto mais cedo se descobre, maiores são as chances de cura, assim como aconteceu comigo.

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Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)