"Estourei limite do cheque especial e perdi apartamento"

Da Redação | 13/10/2015, 10h45

Desequilíbrio emocional após a perda da mãe. Esse foi o ponto de partida para que Nicole Batista (nome fictício), servidora aposentada do Senado, perdesse o controle dos gastos e se endividasse.

 

Nicole relata que sentia prazer em comprar e achava que, de alguma forma, estava compensando o seu sofrimento.

 

A servidora disse que estourou os limites dos cartões de crédito e dos cheques especiais de dois bancos em que tinha conta. Para tentar quitar a dívida, pegou empréstimos em três financeiras diferentes. No final do mês, segundo ela, o salário não dava para cobrir nem os empréstimos das financeiras nem a dívida com os bancos.

 

O resultado da história foi a perda de seu apartamento, que foi a leilão.

 

— Quando fui ver, por causa dos juros, as dívidas tinham virado uma bola de neve. Eu não conseguia quitar nada. Eu não tinha mais salário para cobrir a prestação do apartamento que havia comprado. Só tinha o mínimo para sobreviver — relatou ela.

 

Nicole lembrou que, por ter um contracheque alto, sempre teve ofertas que colaboraram para o endividamento. Ela tinha facilidade para conseguir empréstimos e limites altíssimos nos cartões e no cheque especial.

 

Para sair da bola de neve, ela obteve um empréstimo consignado, que já paga há mais de sete anos.

 

Emergência médica

 

A auxiliar de limpeza Rocilda Maria também sentiu “o aperto no bolso”, mas não por descontrole.

 

Mãe de cinco filhos, Rocilda teve gastos médicos imprevistos quando sua caçula, de 7 anos, ficou doente.

 

A auxiliar de limpeza foi, primeiramente, a um hospital público, mas, na ausência de um médico plantonista no local, acabou tendo que recorrer à emergência de um hospital particular.

 

— Foram R$ 400 só na consulta, sem contar os gastos com a medicação. Era um gasto que eu não estava esperando. Fora do meu orçamento — disse.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)