Mídia do Senado estimula participação do cidadão

Ricardo Westin | 09/10/2018, 09h59

Foi no início do ano passado que a expressão fake news entrou para o vocabulário dos brasileiros. Trata-se de notícias falsas que são espalhadas com o intuito de confundir a sociedade e satisfazer interesses escusos. É certo que a divulgação as mentiras sempre existiu, mas agora a internet massificada nos celulares e nos computadores deu velocidade e alcance inéditos à desinformação — daí a nova denominação.

Diante do grande volume de fake news, os meios de comunicação do Senado ganharam ainda mais importância. A televisão, a rádio, o jornal impresso, a agência on-line de notícias e o perfil da Casa nas redes sociais são fontes de informação séria e confiável a respeito das grandes questões nacionais.

É verdade que o Congresso Nacional aprovou um projeto de lei inusitado? Antes de espalhar o alerta na internet, tenha a certeza de que é verídico. As propostas que estão na pauta das comissões e do Plenário sempre se transformam em notícia nos veículos de comunicação do Senado. Se você não encontrar o tal projeto lá, é fake news.

E aquela história de que certa vacina faz, na verdade, mal à saúde? Não compartilhe o boato sem ter verificado a informação. Os senadores organizam uma dezena de audiências públicas diárias sobre os mais variados temas de interesse geral, da política à economia, passando pela saúde. Em alguma audiência, eles certamente terão sabatinado especialistas em vacinas. Basta procurar a reportagem no site do Senado.

— No passado, a informação do Senado era tida como menor por ser oficial. Isso mudou. Hoje, por causa das fake news, ela é valorizada justamente por ser oficial. Nas redes sociais, é comum que os internautas compartilhem notícias nossas e escrevam: “Quem está dizendo isso é o Senado”. As pessoas entendem que o grande diferencial das notícias que produzimos é a credibilidade — diz a diretora da Secretaria de Comunicação Social do Senado, Ângela Brandão.

Jargão traduzido

Nada do trabalho legislativo dos senadores escapa. Os jornalistas do Senado cobrem a votação dos projetos de lei, a criação de políticas públicas, os debates nas comissões temáticas, os discursos no Plenário, a investigação das comissões parlamentares de inquérito (CPIs), a fiscalização dos atos do governo federal — tudo isso numa linguagem clara e direta, traduzindo o difícil jargão do mundo legislativo. Outros parlamentos do mundo têm estruturas de comunicação semelhantes.

— As pessoas, em geral, entendem que é o Poder Executivo que coloca as políticas públicas em prática e que é o Judiciário que julga quem descumpre as leis. Para elas, por outro lado, não é tão fácil entender o Poder Legislativo, por ser mais complexo e ter diversas atribuições. Ao mostrar à sociedade como o Legislativo funciona, a comunicação do Senado serve como instrumento de promoção da cidadania e da democracia. As pessoas que acompanham o noticiário legislativo estão mais aptas para cobrar a aprovação de projetos e exigir o cumprimento de leis — acrescenta Ângela.

Ao vivo e sem cortes

Na TV Senado, na Rádio Senado e no canal do Senado no YouTube, as sessões do Plenário e as reuniões das comissões são transmitidas ao vivo e sem cortes. No Portal Senado Notícias, as reportagens escritas são levadas ao ar minutos depois dos acontecimentos. A diretora da TV Senado, Renata de Paula, afirma:

— No passado, inúmeras leis eram aprovadas sem que os brasileiros nem sequer ficassem sabendo. Hoje não é mais assim. A sociedade pode acompanhar tudo em tempo real, participar das discussões, ver como cada senador votou.

Não se trata de levar aos cidadãos apenas o material bruto. As notícias do dia a dia também são aprofundadas em programas e reportagens especiais, nos quais especialistas, representantes da sociedade e do governo e os próprios senadores dão aos cidadãos uma explicação mais detalhada daquilo que está em discussão no Senado.

As reportagens do Portal Senado Notícias e do Jornal do Senado costumam aparecer inclusive em livros didáticos e provas de concursos públicos. Em 2016, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ofereceu aos 6 milhões de alunos participantes o trecho de um texto publicado pelo Jornal do Senado sobre intolerância religiosa para orientá-los na elaboração da redação.

Foi em meados de década de 1990 que o Senado criou a televisão, a rádio, o jornal e a agência de notícias, impulsionado pelos ideais de transparência e participação social trazidos pelo fim da ditadura militar, em 1985, e pela Constituição de 1988.

Até então, os trabalhos dos senadores tinham, basicamente, três caminhos para chegar ao cidadão: pelo filtro da imprensa comercial, pelos dez minutos diários reservados à Casa no programa de rádio A Voz do Brasil e pelos atos oficiais publicados no Diário do Congresso Nacional.

Cobertura imparcial

A imprensa comercial torna pública apenas uma parte do que acontece dentro do Senado. A seletividade se explica, entre outros fatores, pelo desinteresse pelos temas menos polêmicos da pauta legislativa e pela falta de repórteres em número suficiente para fazer uma cobertura mais ampla.

O diretor da Secretaria Agência e Jornal do Senado, Flávio Faria, explica:

— Quem se informa apenas pela grande mídia pode ficar com a imagem distorcida de que nada acontece no Senado. A produção legislativa, ao contrário, é bastante intensa. Cada projeto de lei passa por várias comissões, é tema de muitos debates e audiências públicas e sofre inúmeras mudanças antes de chegar à aprovação definitiva. A nossa missão é jogar luz sobre todo esse trabalho.

Nos meios de comunicação comerciais, os entrevistados costumam ser apenas os políticos de maior projeção. Nas reportagens do Senado, não há esse tipo de seleção. Cada senador tem nos meios de comunicação da Casa um espaço proporcional ao trabalho que desempenha nas comissões e no Plenário — eventos de caráter privado ou partidário envolvendo os senadores não recebem cobertura jornalística.

O Senado entrou nas principais redes sociais da internet (Facebook, Instagram e Twitter) no início desta década, levando as reportagens ainda mais longe. Um dos posts publicados pela Casa no Facebook passou pela timeline de 24 milhões de internautas — número extraordinário, principalmente quando se considera que essa rede tem 100 milhões de usuários no Brasil.

— As redes sociais são, atualmente, a porta de entrada de muitos cidadãos para o Senado — diz o responsável pelas mídias sociais da Casa, Moisés Nazário.

Informação plural

Quando o Senado implantou seus canais de comunicação, críticos disseram que eles seriam do tipo chapa branca, publicando apenas notícias favoráveis aos senadores fazendo propaganda da instituição. Isso não aconteceu.

— A informação aqui é plural porque o Parlamento é plural por natureza. As diversas correntes do pensamento da sociedade estão representadas no Senado, da direita à esquerda, do governismo ao oposicionismo, e todas têm voz. Não se censura nenhuma delas. O que o senador fala e faz nas comissões e no Plenário, não importa o que seja, é noticiado — afirma o diretor da Rádio Senado, Marco Antônio Reis.

As reportagens da instituição servem de fonte de informação primária não só para os cidadãos. Dada a credibilidade, elas também alimentam a mídia comercial. No país inteiro, jornais, revistas, sites e emissoras de rádio e televisão retransmitem com frequência textos, áudios, fotos e vídeos produzidos pelas equipes de comunicação do Senado.

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Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)