Exija centro cirúrgico em hospital com UTI

Da Redação | 31/03/2008, 00h00

Como a cirurgia plástica não é paga por planos de sa-ú-de nem feita em hospitais públicos, que têm a responsabilidade de certificar a capacidade técnica dos médicos, o paciente deve ter o máximo cuidado ao escolher o profissional. Veja as dicas:

- Não procure profissional sem referência de outro médico, de familiares etc.

- Verifique na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) se o médico tem registro – www.cirurgiaplastica.org.br/publico/regionais.cfm. Ao contrário de outras áreas, em que o médico pode atuar sem uma formação específica, o cirurgião plástico deve ter pelo menos dois anos de formação em cirurgia geral e um ano em cirurgia plástica. O registro na SBCP certifica que esse treinamento foi feito.

- Verifique também, no Tribunal de Justiça do seu estado, se há processos por erro médico contra o profissional.

- Fuja do profissional que: 

— não fala dos riscos e problemas envolvidos – toda cirurgia tem riscos, cicatrizes, dificuldades no pós-operatório;

— garante resultados – como cada pessoa reage de uma maneira ao procedimento e aos medicamentos, é impossível ter certeza de que a parte do corpo operada vai ficar exatamente da forma desejada. Em nenhuma hipótese o médico deve fazer projeções visuais em computador mostrando quais serão os resultados;

— diga que tudo pode ser resolvido com cirurgia – em muitos casos, por mais que a pessoa deseje, a cirurgia não é indicada;

— ofereça próteses – médicos não podem vender esse tipo de material e o paciente tem o direito de receber orientação de como e onde comprá-los;

— financie a cirurgia – é expressamente proibido pela SBCP.

Em hipótese nenhuma acei-te que:

— a cirurgia com anestesia seja feita em consultório ou clínica sem unidade de tratamento intensivo (UTI) – as anestesias que podem ser feitas em consultório médico são as que não afetam o sistema nervoso central, semelhantes às permitidas aos dentistas. No mínimo, o local da cirurgia deve ter ambulância equipada e pronta para socorro e remoção imediatos;

— o próprio cirurgião faça o trabalho do anestesista. 

É comum o paciente procurar um médico que cobre menos pela cirurgia, sem perceber que essa economia só é possível quando não existem despesas com centro cirúrgico e anestesista em hospital com UTI. Ou seja, esse "menos" significa correr maior risco, inclusive de morte.

P Não faça cirurgia plástica sem recibo, ainda que fique mais cara. Peça recibo sempre.

P Peça para ver e assinar o consentimento para a cirurgia (documento obrigatório) num momento em que possa lê-lo com critério, e não na fase de preparação para entrada no centro cirúrgico.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)