Bactéria até então desconhecida matou 34 nos EUA

Da Redação | 09/03/2009, 00h00

A falta de limpeza nos filtros e dutos de ar refrigerado propicia o desenvolvimento de micro-organismos – fungos, bactérias e leveduras – que podem levar os ocupantes de ambientes climatizados a contraírem doenças respiratórias, infecciosas ou alérgicas. O maior perigo está na presença da Legionella pneumophyla – bactéria que habita dutos de ar-condicionado, torres de refrigeração de água e bebedouros e que causa a legionelose, podendo se manifestar de duas formas: doença do legionário – um tipo grave de pneumonia – e a febre de Pontiac.

O contágio da doença do legionário ocorre pela inalação de gotas de água contendo a Legionella, que se aloja nos alvéolos pulmonares. O período de incubação é de dois a dez dias, surgindo em seguida os sintomas de febre, tremores, tosse seca ou purulenta e dores de cabeça. A doença é curável, desde que diagnosticada a tempo, e o tratamento é feito com antibióticos. Pessoas com sistema imunológico comprometido, doenças respiratórias ou problemas cardíacos – especialmente idosos – são as mais propensas ao contágio. Para a eficácia do tratamento, é necessário diagnóstico diferencial com outros tipos de pneumonia.

A Legionella pode estar presente em casos isolados ou desencadear epidemias de pneumonia em empresas – casos de contato com a mesma fonte de organismos e não de transmissão entre pessoas. A bactéria foi descoberta em 1976, quando mais de 200 idosos que participavam de uma convenção de legionários (veteranos de guerra) em um hotel na Filadélfia, Estados Unidos, infectaram-se e desenvolveram uma forma inicialmente não solucionada de pneumonia. Todos foram hospitalizados em estado grave e 34 morreram. A mesma bactéria foi o motivo da morte, em 1998, do ex-ministro das Comunicações Sérgio Motta.

A febre de Pontiac é uma infecção tipo gripe causada pela inalação de água contaminada com muitos tipos de bactérias, dentre elas espécies de Legionella. Os doentes apresentam febre, tremores, mal-estar e dores de cabeça e musculares, mas sem complicações. O período de incubação varia de 12 a 36 horas e, por ser muito curto, não permite a infecção e multiplicação bacteriana.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)