Atraso de repasses para o Plano Safra foi ordem da equipe econômica, afirma coordenador do Tesouro

Da Redação | 09/06/2016, 01h15

As orientações para atrasos nos pagamentos para o custeio de políticas públicas, inclusive os repasses de recursos ao Banco do Brasil para subsidiar os empréstimos do Plano Safra, vieram de autoridades da área econômica do governo da presidente afastada Dilma Rousseff. A afirmação é do  coordenador-geral de Operações de Crédito do Tesouro Nacional, Adriano Pereira de Paula.

O servidor do Tesouro depôs nesta quarta-feira (8) à Comissão Especial do Impeachment. De acordo com ele, essa situação de procrastinação ficou mais evidente no período entre 2011 a 2014.

— Foi tomada uma decisão que não foi a suspensão completa [dos repasses]. Algum desembolso aconteceu. Existe uma nota do então secretário do Tesouro, Arno Augustin em que ele chama a si a responsabilidade por autorizar os volumes de recursos destinados aos programas públicos — esclareceu.

Adriano Pereira de Paula explicou que a partir de 2015 os técnicos do Tesouro Nacional foram chamados pela equipe econômica para que mostrassem em que pé estavam as transferências de verbas ao Banco do Brasil. Os servidores, como ele informou, propuseram a quitação dos débitos o que ocorreu até o final de dezembro do ano passado.

O servidor público afirmou ainda que nunca acompanhou discussões com a presidente Dilma Rousseff sobre esses atrasos, mas acredita que como são valores muito altos, a presidente da República deve ser consultada.

Para a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o depoimento do coordenador-geral de Operações de Crédito do Tesouro Nacional deixou claro que não houve "pedalada" fiscal em relação ao Plano Safra em 2015.

— Não há ato da presidente Dilma em relação a esses atrasos no ano de 2015. Ela lançou o Plano Safra, mas a gestão não se dá pela presidente — afirmou Gleisi.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)