Sessão do Congresso é encerrada sem apreciação de vetos presidenciais

Anderson Vieira | 02/09/2015, 13h55

A pressão dos servidores do Judiciário, que compareceram em massa à Câmara e ao Senado, não surtiu efeito. O veto da presidente Dilma Rousseff ao reajuste salarial da categoria não foi analisado na sessão do Congresso Nacional desta quarta-feira (2). Os trabalhos foram encerrados pelo deputado Waldir Maranhão (PP-MA) por falta de quórum, depois de pouco mais de uma hora de reunião marcada por bate-boca entre os congressistas.

Alguns parlamentares acusaram a base aliada do governo de ter manobrado a fim de que o número mínimo de 257 deputados e 41 senadores não fosse alcançado e a votação não fosse iniciada.

— Há mais de seis meses o Congresso não se reúne. E mais uma vez hoje estão tentando impedir a realização da ordem do dia. O governo tem medo de enfrentar maioria — afirmou o deputado Caio Nárcio (PSDB-MG).

O deputado Rocha (PSDB-AC) reclamou da ausência dos parlamentares petistas, e o colega de partido, Domingos Sávio (PSDB-MG), disse que a sociedade precisava saber separar "o joio do trigo", reconhecendo quem estava se escondendo e quem queria cumprir seu dever:

— Não é justo mentir e trair seus compromissos com os servidores públicos — alertou.

Um dos poucos governistas a falar, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), lembrou que o governo não pode aumentar a despesa neste momento de crise econômica. Ele disse ainda que muitos defensores do reajuste querem na verdade prejudicar a administração da presidente Dilma.

— Muitos querem derrubar o veto porque querem o fracasso das políticas da presidente — atacou.

Orçamento

O primeiro item da pauta desta quarta-feira era o Projeto de Resolução (PRN) 3/2105, que amplia de 10 para 16 o número de relatorias setoriais do projeto de lei orçamentária anual. A seguir constavam 26 vetos e outros três projetos de lei. A sequência das proposições irritou o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que alegou que os vetos deveriam ser analisados primeiro:

— Esse projeto de resolução é apenas o bode na sala para não deixarmos votar os vetos — reclamou, depois de alegar que houve parlamentares que se manifestaram sem ter sequer registrado presença no painel.

Aerus

O veto ao reajuste do Judiciário não era a única dor de cabeça do governo na pauta do Congresso. Também estão na fila para serem analisados o fim do fator previdenciário (VET 19/2015) e o aumento real para aposentados e pensionistas (VET 29/2015).

Com o encerramento da sessão, também ficou pendente o PLN 2/2015, que destina R$ 368,26 milhões do orçamento ao Ministério da Previdência Social para garantir o pagamento de benefícios aos cerca de 10 mil aposentados e pensionistas do Instituto Aerus de Seguridade Social, fundo de pensão dos ex-empregados das empresas Varig (e suas empresas filiadas) e Transbrasil.

Veja aqui todos os vetos na pauta

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)