CDH discutiu a imigração no Brasil — Rádio Senado
Imigração

CDH discutiu a imigração no Brasil

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) debateu a imigração no Brasil. Dos mais de 70 milhões de pessoas que deixaram seus lares em todo o mundo, cerca de 700 mil vieram para o Brasil. Depois dos sírios, os venezuelanos são os que mais abandonam seu pais de origem. Seis milhões já saíram da Venezuela e foram para países vizinhos, especialmente para a Colômbia. O Brasil recebeu cerca de 47 mil venezuelanos, disse o diretor do Departamento de Nações Unidas do Itamaraty, embaixador Luís Fernando Galvão. Os senadores Paulo Rocha (PT-PA) e Zenaide Maia (Pros-RN) avaliam que as imigrações têm causas econômicas. Uma comissão mista de senadores e deputados foi criada para discutir a situação de imigrantes e refugiados. Reportagem, Iara Farias Borges.

 

04/02/2020, 13h41 - ATUALIZADO EM 04/02/2020, 13h41
Duração de áudio: 02:52
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência pública para tratar situação dos imigrantes no Brasil.\r\rMesa:\roficial da Unidade de Proteção do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados no Brasil (Acnur), Pablo Mattos;\rdefensor Público Federal, representante da Associação Nacional dos Defensores Federais (Anadef), Gustavo Zortea;\rassessora para Assuntos Sobre Refugiados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Claudia Giovannetti;\rdiretor do Departamento de Nações Unidas do Itamaraty, embaixador Luís Fernando Abbott Galvão;\rpresidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS);\rconsultor legislativo do Senado Federal, Tarciso Dal Maso, em pronunciamento.\r\rFoto: Geraldo Magela/Agência Senado
Geraldo Magela

Transcrição
LOC: A OPERAÇÃO ACOLHIDA É UMA REFERÊNCIA MUNDIAL DE RECEPÇÃO DE REFUGIADOS, DESTACAM PARTICIPANTES DE AUDIÊNCIA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS. LOC: OS ESPECIALISTAS TAMBÉM ABORDARAM A SITUAÇÃO DE INDÍGENAS VENEZUELANOS QUE VÊM PARA O BRASIL. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES. (TÉC): O Brasil recebeu pouco mais de 600 mil dos mais de 70 milhões de pessoas em todo o mundo que são forçadas a deixar suas casas para proteger suas vidas. O povo que mais migra é o sírio - seis milhões de pessoas fogem de conflitos armados e do terrorismo. Em segundo lugar estão os venezuelanos – quase 5 milhões, informou o diretor do Departamento de Nações Unidas do Itamaraty, embaixador Luís Fernando Galvão. A Colômbia é quem mais recebe os venezuelanos, seguida do Peru, Chile, Equador e o Brasil, que recebeu cerca de 47 mil venezuelanos segundo o representante do alto comissariado das Nações Unidas para os Refugiados no Brasil, Pablo Mattos. (Mattos): “Cada número, cada cifra dessas é uma vida. As pessoas não são refugiadas, elas estão refugiadas. São pessoa que passam por situações difíceis, vítimas de circunstâncias que pouco poderiam fazer para mudar”. (Rep): A representante Ministério dos Direitos Humanos, Claudia Giovannetti, citou que o Brasil criou a Operação Acolhida, que se tornou referência mundial em acolhimento de imigrantes e refugiados. (Giovannetti): ‘’Existe uma lei que criou o comitê federal de assistência emergencial, existe um decreto que organiza esse comitê, existem medidas provisórias, e também montou uma estrutura de governança que envolve 11 ministérios e agências da ONU. O arcabouço junto com a estrutura de governança faz essa operação se destacar como solução”. (Repórter): A situação dos refugiados indígenas venezuelanos da etnia Warao também foi discutida na audiência da Comissão de Direitos Humanos. É um povo nômade que está confinado no Brasil e a Funai, Fundação Nacional do Índio, não pode atendê-los por não serem brasileiros. Além da recepção de refugiados, o senador Paulo Rocha, do PT do Pará, sugere que se debata as causas das migrações. (Rocha): “Num debate como esse, têm que aparecer essas questões. Não pode ficar só o debate em função da boa acolhida, porque o brasileiro é bonzinho e etc, etc, etc. A gente também tem que ir lá ao fundo, na origem do processo que estabelece essa fuga”. (Repórter): Para a senadora Zenaide Maia, do Pros do Rio Grande do Norte, são os interesses econômicos que causam as migrações em todo o mundo. (Zenaide): “A maioria desses imigrantes os responsáveis são os americanos. Onde tem petróleo e que não cedem espontaneamente, eles vão lá e criam uma guerra. E quando vão para o mundo, eles não aceitam ninguém lá. Isso é real. Não tem como negar isso aí”. (Repórter): Uma comissão mista de senadores e deputados foi criada para discutir as questões ligadas a imigrantes e refugiados. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges. REQ 94/2019 – CDH

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